Até bem pouco tempo atrás, toda castanha colhida no Acre era vendida in natura para outros estados brasileiros e até para a Bolívia, para ser processada e industrializada. Com isso, o extrativista tinha uma margem de lucro muito pequena, já que o produto não possuía nenhum valor agregado.
Nos últimos anos essa realidade foi se transformando e a Castanha do Brasil começou a ser processada também por indústrias acreanas. A atividade foi ganhando forma e volume, e hoje é uma das atividades mais lucrativas e de maior sucesso no estado.
Segundo o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, com os investimentos que o governo realiza no setor até a próxima safra, que corresponde ao início do próximo ano, as indústrias de processamento de castanha do Acre terão capacidade de processar toda a produção.
“Pela primeira vez, o Acre terá condições de processar toda sua castanha. O processo inverso vai ocorrer e poderemos industrializar, inclusive, a de outros estados como Rondônia, Amazonas e Pará”, comemora Magalhães.
O governo tem ofertado diversos apoios como concessões de áreas e incentivos fiscais para, pelo menos quatro indústrias de beneficiamento do produto. A maior delas, a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), se firma como a maior cooperativa de extrativistas do país – possui duas indústrias para beneficiamento de castanha e processa aproximadamente duas mil toneladas por ano.
Agora, com a inauguração de mais uma indústria, orçada em R$ 7,9 milhões de obras civis e R$ 2 milhões em equipamentos, que o governo em parceria com a Cooperacre constrói no Parque Industrial de Rio Branco, esse número deve aumentar e chegar a mais de três mil toneladas, por ano, de castanha industrializada.
Tantos investimentos tem se transformado em geração de emprego e renda para milhares de famílias. Segundo Manuel Monteiro, a Cooperativa já emprega diretamente cerca de 250 funcionários e com a nova indústria mais cem novos postos de trabalho vão surgir.
De acordo com Monteiro o extrativista é o principal beneficiado com os investimentos. “A Cooperacre prioriza muito o associado, pagamos muito bem pela matéria-prima. Diria que mais de 50% da receita da cooperativa é destinada a eles”, declara.
Atualmente mais de mil famílias de extrativistas trabalham diretamente na coleta da castanha e, dependendo da safra, recebem em média R$ 20 na lata do produto. A receita bruta da Cooperacre chega a R$ 25 milhões por ano e a expectativa é que, para 2014, essa cifra chegue a R$ 40 milhões.