Acesso às políticas públicas, promoção da qualidade de vida e dignidade fazem parte da proposta dos atendimentos itinerantes promovidos pelo governo do Estado e prefeituras. Dessa vez, moradores de comunidades ribeirinhas e zona rural de Tarauacá estão sendo contempladas com serviços múltiplos de saúde e cidadania. As ações se estendem até o próximo dia 26, seguindo o cronograma das localidades que serão visitadas ao longo do Rio Muru.
A parada da equipe no último fim de semana foi na Comunidade Paraíso, para atender os moradores do local e adjacências. Em dois dias foram realizados quase mil atendimentos, entre consultas médicas, distribuição de medicamentos, vacinação e outros. Uma inovação na área de odontologia é a restauração e entrega de próteses dentárias aos pacientes, que até então só dispunham do serviço de extração.
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As dificuldades que nem todos veem
O Saúde na Comunidade é um programa da prefeitura de Tarauacá e recebe o apoio do governo com o objetivo de chegar aos locais de difícil acesso. Um trabalho baseado em dedicação e empatia, capacidade de olhar para a necessidade do outro sem se importar com os percalços que possam surgir pelo caminho. As dificuldades são aceitas pelos profissionais que escolheram fazer o bem a quem precisa e começam na decisão de ausentar-se do seio da família.
Até chegar à Comunidade Paraíso, a equipe seguiu pelo Rio Muru por mais de sete horas. Sem hora certa para dormir ou se alimentar e apenas com a certeza de retornar para casa depois de dez dias de atendimentos, os profissionais da saúde não veem motivos para abandonar o barco. “Nós vemos o quanto a população precisa e não há como ser indiferente a isso. Se a gente não vem, eles não recebem a atenção que merecem”, afirma o clínico-geral e endoscopista Neuber Mageste Fouly.
A escolha da equipe é minuciosa. Segundo o médico e prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, o maior desafio é definir a equipe: “Afinal, é um trabalho que exige colocar amor no que se faz”. Sempre presente nas ações, de olhar sensível e ouvido atento às necessidades da comunidade, ele diz: “É uma terapia para mim”.
De acordo com a necessidade, as missões aumentam. Além da comunidade Paraíso, os médicos percorreram mais duas horas de voadeira pelo Rio Humaitá para atender os moradores da Terra Indígena da região. Os atendimentos foram feitos na aldeia Vigilante e destinados aos quase 600 moradores das cinco aldeias de etnia Kaxinawa.
“É um novo tempo, e nós agradecemos por esse serviço ter chegado até aqui pela primeira vez. Nosso desejo é que essa parceria possa ter continuidade”, frisou o cacique da aldeia, Valdeci da Silva Kaxinawa.