Desde a primeira semana de fevereiro, o fluxo de haitianos e senegaleses que saem do Acre diminuiu sensivelmente – cerca de dois mil permanecem no abrigo montado em Brasileia. Agora, o governo do Estado avalia alternativas para que os imigrantes possam seguir viagem para outras regiões do país em busca de emprego, já que o último recrutamento por empresas do Sul e do Sudeste ocorreu no mês passado.
A pausa se deve à cheia do Rio Madeira, em Rondônia, que interrompeu o acesso do Acre para outras localidades do Brasil, deixando trechos da BR-364 embaixo d’água.
No abrigo, de acordo com o titular da pasta de Desenvolvimento Social (Seds), Antônio Torres, o processo de documentação e alimentação continua normal e, em média, 70% dos imigrantes estão com o visto em mãos para viajar. “Nós estamos conseguindo, também, manter o acompanhamento de crianças, adolescentes e mulheres, que são a parcela mais vulnerável”, complementa o secretário.
Alternativas de saída
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), João Bosco Ribeiro, informa que apenas veículos com filtros de 90 centímetros passam tranquilamente pela BR-364. Com o tráfego instável, a alternativa para a saída do estado é por via aérea – uma realidade pouco plausível para a maioria dos imigrantes.
No Acre desde o dia 17 de fevereiro, o senegalês Toti Cadiaga, de 29 anos, e outros 11 companheiros são uma exceção. Nesta terça-feira, 11, o grupo viaja de avião para Porto Velho e, depois, segue de ônibus para São Paulo. “Lá, temos um amigo que vai nos receber e ajudar na busca por um trabalho”, relata.