Quem for ao centro da capital acreana à noite poderá ver que o Palácio Rio Branco ganhou iluminação especial. O tom azul é o símbolo das campanhas de luta contra o preconceito dirigido às pessoas com autismo. Diversos prédios e monumentos no mundo também serão iluminados com azul neste 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
“Nós precisamos amar o diferente, romper com o preconceito e abraçar as causas”, destacou Marlúcia Cândida, primeira-dama do estado e coordenadora do Acre Solidário, que idealizou a campanha.
Preconceito que Elisa Maria Silva de Souza sabe muito bem o que é. Mãe de José Miguel, que tem três anos e quatro meses, no ano passado, após um trabalho de faculdade, identificou algo diferente no filho. José Miguel não acenava, nem olhava nos olhos, não interagia com os pais e tinha movimentos repetitivos das mãos. Em contato com Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre, e após consultas com neuropediatras identificou o problema e começou o tratamento do filho.
“Um dos principais desafios é o preconceito. Ainda falta muita informação para as pessoas”, compartilhou.
A secretaria de Estado de Educação (SEE) garante, por meio da lei 12.764 atendimento personalizado aos alunos nas escolas. O número passou de 12 para 100 atendentes profissionais nos últimos três anos. “Os alunos são atendidos nas salas de recursos multifuncionais das escolas e nas instituições Dom Bosco e Apae, ” falou Úrsula Maia, coordenadora de educação especial da SEE.
Autor da lei que também institui o dia no Acre, o deputado Jamyl Asfury acredita que todos devem se envolver com a discussão do tema. “Quando fazemos esse evento chamamos a atenção da sociedade para entender mais o que se passa com quem tem autismo”, destacou.
Sobre o Dia A
No dia 2 de abril de 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, ou Dia A, com o objetivo de conscientizar sobre o transtorno do espectro autista.
O autismo causa alteração que afeta a capacidade de comunicação, socialização e comportamento do indivíduo. De acordo com a Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre, o estado tem hoje 180 famílias com registro na associação, e estima-se que aproximadamente 500 famílias tenham algum caso.