Devido à cheia do Rio Madeira, em Rondônia, que deixou a BR-364 interditada e o Acre isolado por via terrestre do restante do Brasil, há 57 dias o estado enfrenta uma crise de abastecimento. Diante da situação, o governo acreano elaborou várias medidas para que nenhum produto faltasse à população.
Voos fretados e da Força Aérea Brasileira (FAB) começaram a chegar a Rio Branco trazendo produtos de primeira necessidade, alimentos, oxigênio para os hospitais e outros, já no início da interdição. Depois, caminhões com gasolina e insumos vieram para a capital, abastecendo postos e lojas de materiais de construção.
Rotas alternativas para balsas foram feitas, com a construção de vários portos ao longo da BR e nos municípios de Porto Acre e Cruzeiro do Sul, para receber gás de cozinha e outros produtos variados. Por fim, o Estado foi autorizado a importar produtos vindos do Peru pela Estrada do Pacífico.
Todas as alternativas adotadas foram essenciais para evitar o desabastecimento total. Somente caminhões, desde o início da crise, trouxeram mais de cinco milhões de toneladas de alimentos, mais de 450 mil litros de combustível, 190 toneladas de gás de cozinha e 314 de cimento.
Por balsa, somando a quantidade de combustível nos portos de Cruzeiro do Sul e Porto Acre, foram mais de dez milhões de litros, contando também com o que veio do Peru, além de 800 toneladas de asfalto e mais três milhões de litros que já estavam no reservatório de Cruzeiro do Sul. Entre fretados e os da FAB , foram 173 voos, com um total de 1.571,154 toneladas de alimentos perecíveis, não perecíveis, medicamentos e equipamentos hospitalar.
Até o dia 31 de março, 2.240 toneladas de cimento, hortifrútis, uva e trigo foram importados do país vizinho. Para o mês de abril, 3.632 toneladas de carga estão previstas para chegar ao Acre. Para informar a imprensa e controlar a quantidade de produtos que entram no estado, foi criada a Sala de Situação, e equipes da Defesa Civil estadual e do Corpo de Bombeiros foram colocadas nos portos do Acre e Rondônia. Ao todo, 105 pessoas estão atuando nos esforços para evitar o desabastecimento.