“Fiquei feliz quando meu filho foi pego pela polícia. Digo isso porque a ação o impediu de se afundar nas drogas e no crime. Nunca passei a mão na cabeça dele e o criei dentro da igreja. Mãe tem que ser firme e até dura, mesmo que doa”, relata a doméstica Iranilde Roque do Nascimento, mãe de um adolescente em conflito com a lei.
Com o filho de 16 anos cumprindo, atualmente, medida no Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef), Iranilde revela que há um ano sua vida não tem sido de muita apreensão. No entanto, declara que a unidade, composta por uma equipe preparada, tem se mostrado importante na mudança de comportamento do jovem.
“Ele não vive mais mentindo ou mal acompanhado. Digo isso porque lhe falta tempo. Hoje a rotina dele é bem extensa. De manhã fica no Casef, à tarde vai para o estágio no Detran e à noite estuda em uma escola perto de casa”, afirma.
Iranilde tem outros quatro filhos. Todos “se deram bem na vida”, como ela prefere dizer. “O mais velho é advogado e a menina, formada. Antes disso, eu não havia tido trabalho e necessitava lutar com um filho em medida socioeducativa”, desabafa.
Além de Iranilde, muitas outras mulheres relataram suas histórias durante a maratona de festividades em homenagem ao Dia das Mães nos Centros Socioeducativos, que se iniciou nesta quinta e vai até a próxima semana.
Em Rio Branco e no interior, as comemorações incluíam café da manhã, apresentações de dança, citação de poemas, coral, sorteio de brindes e distribuição de cestas básicas. No Casef, uma parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) garantiu um dia de beleza às mães.
De acordo com o presidente do Instituto Socioeducativo (ISE), Leonardo Carvalho, o objetivo das atividades é fortalecer os vínculos familiares. “Sozinhos não podemos ir muito longe. É preciso o envolvimento de quem é próximo do adolescente. E, geralmente, a mãe se destaca como referência na vida deles”, justifica.