Lideranças Ashaninka da fronteira – departamento de Ucayali, Peru e Estado do Acre, Brasil – reivindicam ações conjuntas para proteção das comunidades indígenas durante a COP20 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas).
Em setembro deste ano, quatro líderes da comunidade Alto Tamaya – Saweto foram assassinados: Edwin Chota, Jorge Ríos, Francisco Pinedo y Leoncio Quinticima. Os indígenas dizem sofrer constantes ameaças de madeireiros ilegais. “Já que se trata de uma área de proteção da fronteira, é necessário fazer o monitoramento e traçar um plano de ação social, cultural e econômico para a região, que não seja o tráfico da droga”, pontuou Isaac Piyãnko, liderança Ashaninka.
Três meses depois dos assassinatos, eles ainda não tiveram as reivindicações atendidas. Por isso, reuniram-se com os líderes Ashaninka da Aldeia Apiwtxa, no Acre, e convocaram os governos do Peru e Brasil e a comunidade internacional para ajudá-los. Em um documento, pedem:
Aceleração das investigações do crime para julgar e punir os culpados.
Continuidade das buscas dos líderes mortos que ainda não foram localizados.
Compensação das viúvas e comunidade pelas perdas e danos sofridos.
Garantia de transporte imediato e seguro das viúvas a Saweto para poder realizar uma assembleia comunal.
Conclusão do processo de titulação do território e que seja entregue à comunidade.
Cumprimento das promessas de apoio de diferentes setores e autoridades.
Realização de ação conjunta e coordenada dos governos do Peru e Brasil para levar a paz e segurança à fronteira.
“Somos parentes, e para nós essa fronteira geográfica não existe. Por isso estamos aqui para dialogar”, afirmou Francisco Piyãnko, líder Ashaninka.