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Artesanato indígena é um empreendimento de sucesso – Noticias do Acre
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Artesanato indígena é um empreendimento de sucesso

 (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Empreendedorismo foi alternativa econômica para as mulheres indígenas (Foto: Diego Gurgel/Secom)

“Bari da Amazônia” é o único ponto de referência do comércio de artesanato indígena no Acre. A loja está situada em um ponto turístico da capital, o Mercado Velho, e é comandada por Mana Duabake (significa “Terra com Folhas”), a conhecida Raimunda Kaxinawa. Lá, é revendida a produção do maior grupo de mulheres indígenas, a Associação das Produtoras de Artesanato das Mulheres Indígenas Kaxinawa de Tarauacá e Jordão (Apaminktaj), com mais de 500 associadas de diferentes aldeias, dos municípios de Tarauacá e Jordão.

“Antigamente, a gente ia oferecer os produtos na cidade, e os donos dos comércios diziam que não tinham serventia e era muito difícil vender. Lá, as pessoas estão acostumadas a ver índios com preconceito, então não davam valor à nossa arte”, conta Raimunda. A dificuldade não se restringia às mulheres da Terra Indígena da Praia do Carapanã: “As parentes traziam e também não tinham a quem vender”, lembra.

O artesanato é patrimônio cultural, pois reflete a ancestralidade de cada etnia. A pintura corporal ilustra a mística em tradições, e sua identidade é reproduzida nos artesanatos. Os kenês (desenhos indígenas) têm significados e são pintados em cantoria com jenipapo. Na tecelagem está impresso ainda todo um modo de vida, uma vez que o roçado é feito pelos homens e colhido pelas mulheres, e o algodão, aberto pelas crianças e transformado em fio e tecido pelas mulheres em ritual. Da mesma forma a cerâmica, utensílios e adornos.

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As matérias-primas dos artesanatos são de origem florestal: argila, sementes, algodão e tingimentos naturais (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Amadurecimento

Raimunda é mestiça e sua história reúne os conflitos entre a cultura branca e a indígena. O pai, pertencente a família nordestina Cerqueira, faz parte da história acreana, porque veio ao estado para catequização. Contudo, casou-se com a índia Judite e quis que os cinco filhos estudassem. Ao migrarem, entenderam que era preciso voltar: “A floresta faz parte de nós”, resume.

O amadurecimento para formar uma associação também foi um processo longo de consenso e unidade. Raimunda se torna uma das lideranças em virtude de ser a única alfabetizada naquele momento e falar português, necessário para romper fronteiras. A formação possibilitou acessar os primeiros editais, que foram de agroextrativismo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI) do Ministério da Educação. Um processo inicial de diálogo e resgaste cultural, seguido de uma exposição.

“Foi a primeira vez que viajei, e minha cabeça abriu para o que poderia ser feito.” Experiência que fez sonhar com oportunidades e levou a querer ir às demais aldeias para conhecer a realidade das mulheres. “Esse é o momento mais marcante da minha vida, porque foi uma aventura que rendeu lágrimas e conhecimento.” A viagem durou um mês e meio, devido ao difícil acesso, muitas caminhadas e à dependência do transporte fluvial.

Entretanto, percebeu que seu público alvo não estava em seu município, então decidiu mudar para a capital e buscou um ponto de venda, o que possibilitou ampliar a renda das artesãs.

Aperfeiçoamento

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Esse novo contato com os consumidores fez perceber que era necessária a melhoria da qualidade dos produtos e também aperfeiçoar a logística. Houve várias capacitações realizadas pelo Sebrae-AC. “Temos uma parceria duradoura, e foram muitos cursos, como gestão, plano de negócios e planejamento”, explica o diretor de artesanato, Aldemar Maciel.

A padronização e acabamento foi um dos grandes desafios e um importante diferencial competitivo para o mercado. Recentemente, encerrou-se a consultoria sobre expansão de mercados, e o grupo da etnia Huni Kuin (“povo verdadeiro”, similar à denominação Kaxinawa) empoderou-se de conceitos  de empreendedorismo.

De tesoureira da associação até empresária, já são seis anos de comércio –  há quatro anos é registrada como microempreendedora individual. As tribos recebem ainda incentivos por meio das secretarias de Produção, de Turismo, de Cultura e de Gênero. “A demanda aumentou e as comunidades tradicionais vivem um momento importante de valorização e desenvolvimento de potencial”, diz o assessor indígena Zezinho Kaxinawa.

Em novembro, a Raimunda esteve no Qatar no ponto solidário da Arte Sol (Foto Cedida)
Em novembro, Raimunda foi ao Oriente Médio participar do Festival Qatar-Brasil, no ponto solidário da Arte Sol (Foto: Cedida)

Exposição

“É importante estar em feiras, porque os contatos são mais importante do que as vendas. Conheço colecionadores e lojistas de outros lugares, então posso falar da história do meu povo e pego muitas encomendas.” A comerciante conta que envia a produção para São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e até para o Peru. Neste fim de ano, os produtos foram expostos em dois grandes eventos locais: a Panamazônia e a Feira Natalina.

“Há alguns meses enviei uma grande quantidade para Nakashima, porque um japonês veio conhecer o Mapiá [comunidade ayahuasqueira] e esteve na minha loja. Aí depois fizemos contato pela internet, enviei pelo correio e vai revender na loja dele”, comenta sobre a rede de contatos.

Visibilidade

Raimunda Nonata Pinheiro Kaxinawa foi a única mulher acreana selecionada para participar da exposição Mulher Artesã Brasileira, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. E entre outros reconhecimentos, destacam-se prêmios nacionais como o Top 100 e o Prêmio Cultura Indígena (MMA). Concedeu entrevistas para a mídia nacional e internacional (BBC) e participou inclusive de documentário.


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