Criado em 2011, o programa Melhor em Casa nasceu da necessidade de a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) prestar assistência especializada aos pacientes que manifestavam interesse e tinham condições de sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Mesmo fora da unidade hospitalar, o paciente pode dar continuidade ao tratamento em casa, com a família e o amparo de todos os equipamentos necessários para assegurar melhora na qualidade de vida.
“A principal vantagem é o retorno desse paciente para o convívio familiar. O retorno para casa evita o transtorno de ter que se deslocar para o hospital, e o convívio do paciente é muito melhor no ambiente familiar”, explica Lúcia Luna Carlos, coordenadora da Rede de Urgência e Emergência do Acre.
Para atender o paciente, há duas equipes multiprofissionais atuando no Acre. As equipes são formadas por médicos clínico e pediatra, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta e assistente social.
Há três modalidades de atendimento: a primeira, vinculada à Secretaria de Saúde de Rio Branco (Semsa), é direcionada para os pacientes que necessitam de cuidados como monitoramento de pressão, que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC) ou necessitam de fisioterapia, por exemplo.
Para os pacientes da rede de urgência e emergência, há outros critérios de inclusão: quem tem traqueostomia, escaras longas ou sequelados, e vítimas de acidentes de trânsito que têm sequela neurológica e necessitam de todo acompanhamento da equipe.
Um cuidador – geralmente alguém da família – é treinado para entender as necessidades e realizar o atendimento adequado. É o caso da dona de casa Sandra Maria de Souza, mãe de Pedro Lucas, que tem 7 anos de idade. Há dois anos ele foi diagnosticado com um problema raro: a síndrome de Rasmussen, doença autoimune caracterizada por ataques epiléticos frequentes e severos, paralisia em parte do corpo e deterioração mental. “O que eu desejo é o melhor para o meu filho e para todas as crianças que tenham o melhor acompanhamento possível sempre”, disse.
Nesses três anos de funcionamento, o Melhor em Casa já atendeu 102 pacientes. Atualmente, há 45 em atendimento, três dos quais utilizam equipamentos de UTI.
Ainda de acordo com Lúcia Luna, os serviços voltados para atendimento domiciliar devem ser ampliados em breve. “Existe a previsão de um novo programa a ser estruturado, ligado aos pacientes da oncologia e da ala da geriatria, que foram vítimas de AVC e necessitam de acompanhamento diário”, finaliza.