O governador Tião Viana tem uma relação especial com a Colônia Souza Araújo, espaço que serve até hoje como lugar de tratamento e moradia para pessoas portadoras de hanseníase. Foi lá onde, como médico infectologista, ele iniciou uma luta na busca pelo tratamento dos portadores, além de trazer dignidade para muitos que foram marginalizados pela sociedade. Por isso, nesta sexta-feira, 26, o governador levou uma singela homenagem aos 38 pacientes que ainda vivem na colônia.
“Temos aqui uma amizade muito longa e sempre estamos pensando em vocês. Em 1970 o Acre tinha 170 casos de hanseníase para cada 100 mil habitantes. Hoje temos 1,9”, disse Tião Viana acompanhado da esposa Marlúcia Cândida e da futura vice-governadora Nazaré Araújo. Entre pacientes que viraram amigos, o governador pode ver de perto como está a vida na colônia, relembrar histórias e fazer planos para o próximo ano como uma reforma estrutural.
“Quando cheguei aqui pela primeira vez um velho paciente perguntou quem eu era, respondi que era o novo médico que veio para fazer o tratamento a mando do bispo, mas ele disse que quem mandava era ele e não o bispo. Aí eu perguntei se podia trabalhar e ele disse que tudo bem”, relembra o governador.
Fundada em meados dos anos 20, a Colônia Souza Araújo por muito tempo funcionou como lugar de isolamento e símbolo de medo pelo desconhecido até a descoberta da cura da hanseníase. Adelaide dos Santos mora há 55 anos na Colônia e lembra como quando era doente não conseguia comprar nem roupas. Hoje, Adelaide afirma viver bem na colônia, queria apenas se divertir mais: “Aqui pra gente só tá faltando umas brincadeiras, umas recreações, pra gente não ficar tão parado”.
A frente da administração da Colônia Souza Araújo, a irmã Maria de Jesus conta que entre profissionais médicos e outros funcionários, a colônia conta hoje com 48 colaboradores. O padre Máximo Lombardi explica que: “Aqui tentamos criar um ambiente de afeto e carinho, para que eles possam acima de tudo viver bem”.