“Eu tenho vontade de ter mais um tanque, vocês me ajudam?”, questiona Raimundo Nonato de Castro logo no início da conversa com a equipe da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), que realizava visita técnica aos produtores da Transacreana no sábado, 10.
Animado, mostra os três açudes que possui em sua propriedade. O tanque a mais se trata de um apoio que almeja para aumentar a produção de piscicultura e assim ter mais renda. E enfatiza: “Acho que o governo tem que ajudar quem quer trabalhar e estou satisfeito com o que gosto de fazer”.
Com a ajuda do filho, o já aposentado Nonato realiza o manejo dos peixes diariamente. Rotina que repete há 20 anos, alimentando com ração pelas manhãs e monitorando a cultura para que os muitos predadores não deem prejuízo. Segundo o produtor, é comum aparecer jacaré, pato selvagem, jaçanã, garças, socós e mergulhões. Os principais predadores são aves.
Com 71 anos e seu caderninho na mão, aponta para o segundo açude e conta que lá tem 500 peixes, entre tilápias, tambaqui e tambacu. “Eles ainda tão na fase dos 250 a 400 gramas. Alguns, começam a estar bom de vender, quando completam três quilos”, explica. A procura maior é pelo tambaqui, peixe apreciado pela culinária acreana e que chega a alcançar 110 centímetros de comprimento.
Trabalha como peixeiro e sai com uma caixa d’água em seu carro vendendo pela vizinhança. “Mas o lucro ainda é baixo, porque tenho que pagar as rações e um caseiro. Por isso quero crescer a produção, pra ver se sobra alguma coisinha”, calcula humildemente.
Na alagação de 2012, teve prejuízo. “A alagação não é só rio, aqui arrebentaram minhas barragens todas, morreu muito peixe, perdi muito”, relembra. Por isso recebeu o crédito do Ministério da Pesca, que atendeu produtores que foram selecionados pela Emater e Seaprof, com o intuito de recuperar os danos. Com o dinheiro, fez um açude e uma cerca para separar as cabras que também cria em sua colônia. Recebeu ainda um tanque, como incentivo do Programa de Piscicultura do governo do Acre.
No sábado, 10, foi realizada ainda a coleta de amostragem das águas do açude. “Vai verificar principalmente a acidez, é um teste simples, mas muito importante, porque garante a sobrevivência da cultura e define adequações”, explica o titular da Seaprof Glenilson Figueiredo.