“Recomeço”. Esta é, provavelmente, a palavra mais pronunciada pelos pacientes que receberam transplante de órgãos, na última sexta-feira, 23, e no sábado, 24. Os transplantes, quatro de rins e dois de fígados, foram realizados no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco, por meio da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO/Acre).
A doação de duas famílias acreanas tirou seis pessoas da fila de espera. Um dele é Mailson Silva, 26 anos, que há três anos e sete meses fazia hemodiálise quatro horas por dia, três vezes por semana.
Na última quinta-feira, 22, Mailson recebeu a tão esperada notícia. “Na hora que recebi a ligação, eu mal pude acreditar. Mas era verdade, minha espera tinha chegando ao fim. Graças a Deus e a família que fez a doação, vou ter a oportunidade de recomeçar minha vida”, conta.
Emocionado, Francisco Moraes, 36 anos, que recebeu um rim, falou da vontade de voltar para casa. “Há dois anos vim fazer o tratamento em Rio Branco e deixei toda minha família em Tarauacá. Agora, tudo o que quero é voltar para casa, poder trabalhar e cuidar da minha família”.
Segundo a médica nefrologista Jarinne Nassarela, é importante garantir um pós-operatório seguro e de qualidade para os receptores. “Os transplantes foram bem sucedidos. Agora, os cuidados estão focados em assegurar um pós-operatório tranquilo para que os pacientes possam receber alta médica e regressar saudáveis para suas casas”, explica.
Gratidão
A empresária Maria José Sales, 38 anos, que fazia o tratamento há um ano e quatro meses, comemora a grande conquista. “Estou muito feliz e esperançosa. Eu sofria com a hemodiálise, mas ainda assim agradecia a Deus por poder fazer o tratamento no meu estado. Sofrimento maior seria passar por tudo isso longe da minha família”, relata.
“Sou grata a Deus pela vida nova, ao governo e as equipes médicas pelo excelente tratamento que recebi aqui no HC, e grata, principalmente, a família que doou o órgão para o transplante. Não conheço essa família, mas quero aproveitar para agradecer esse gesto de amor ao próximo e deixar o apelo para que a sociedade siga o exemplo dessa família que salvou a minha vida”, finaliza Maria.