Homens da Polícia Judiciária patrulham as áreas alagadas na cidade de Rio Branco, em pequenas embarcações. O objetivo, segundo Carlos Flávio, secretário de Polícia Civil, é proteger a integridade física das pessoas que decidiram enfrentar a fúria dos rios e continuar residindo nas casas que acabaram invadidas pela alagação.
Outra preocupação dos agentes de policiamento aquático diz respeito aos crimes contra o patrimônio. O trabalho realizado pelos órgãos de segurança consiste em coibir os arrombamentos, bem como fechar as possíveis rotas de fuga do rio que geralmente são utilizadas após o delito.
Ao todo, são 30 policiais, sendo seis delegados e 24 agentes e escrivães de polícia, que em pequenas embarcações patrulham os bairros alagados na capital. Esse esforço da polícia é recompensando pela aceitação de moradores como o caminhoneiro Salas Rodrigues, que há 30 anos reside na rua Baguari, no bairro Taquari.
Segundo ele, no local criou seis filhos, sempre vencendo as cheias dos rios da região. “Desta vez a coisa ficou diferente. A água, que nunca tinha passado do quintal, invadiu minha casa e me obrigou improvisar um assoalho a partir da janela”, disse o caminhoneiro.
Perguntado sobre a segurança e o apoio das polícias neste período de calamidade, Sales foi categórico: “É constante a presença de policiais, dia e noite. Pelo menos aqui na minha casa a gente conversa, troca informações e procura ouvir com atenção as orientações da polícia”, destacou.
Ainda conforme o caminhoneiro, nesse quesito ele não tem razões para se queixar. “É que, mesmo alagado, tem sempre o olhar atento dos guardiões da sociedade”, afirmou Sales, referindo-se ao trabalho dos policiais.
Conforme o delegado Nilton Boscaro, o foco das polícias, que trabalham de forma integrada, é garantir a vida das pessoas. Isso não os impede de socorrer animais, especialmente cães e gatos, já que, na pressa de sair para um lugar seguro, muitas famílias acabam abandonando seus animais de estimação.
A equipe do delegado Nilton teve importante ajuda de servidores da Embrapa, que se juntaram à Sociedade Amor a Quatro Patas no resgate de cães. Eles removem os animais abandonados e os encaminham para abrigos seguros, onde recebem vacina e alimentação.