Desafio e superação. Esses são alguns dos substantivos que definem alunos e professores das escolas rurais de difícil acesso no Acre. Só em Rio Branco são 48 delas, que se caracterizam por estarem distante do centro urbano e ter apenas um professor, que exerce as funções pedagógicas e também administrativas. As turmas são multisseriadas, ou seja, reúnem, na mesma sala, alunos do primeiro ao quinto. anos do ensino fundamental.
Chegar e permanecer na escola também indicam determinação. Alguns estudantes gastam até 5h no percurso para poder assistir às aulas. E para enfrentar esses desafios a Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) realizou, nesta semana, a formação inicial desses profissionais. “Damos as noções básicas de educação, do ensino aprendizagem, como lidar com a comunidade e material básico, por exemplo”, pontuou Alda da Silva Diógenes, coordenadora do ensino rural da SEE.
Maria Ângela Araújo da Silva é uma das professoras que participam da formação. Ela trabalha há cinco anos na escola Visão de Águia, na Reserva Extrativista Chico Mendes. Na sala de aula é a responsável por repassar todos os conteúdos do ensino fundamental aos alunos. “É desafiador ter que trabalhar com cinco turmas ao mesmo tempo. Especialmente quando os alunos ainda possuem dificuldade de alfabetização”, disse.
Mas a limitação é transformada em motivação, explica a professora. “No início é difícil, a gente pensa em voltar. Mas depois a gente se apega à comunidade. Eu, por exemplo, já tive a oportunidade de voltar para a cidade, mas não quero mais”, declarou.