Quando se fala em açaí no Acre, é normal que o pensamento remeta à cidade de Feijó, distante 360 quilômetros da capital. É de lá que vem aquele que é considerado o melhor açaí do Acre e um dos melhores do país.
No município, o açaí é mais que uma simples produção agrícola. Não é difícil encontrar exemplos de famílias que sobrevivem do cultivo da fruta por gerações inteiras.
É o caso do jovem empreendedor Mateus Oliveira, que aprendeu com o pai a produzir açaí. “Há 15 anos, meu pai foi uma das primeiras pessoas a produzir açaí em Feijó. Sempre acompanhava o trabalho dele, e quando ele faleceu, não tive dúvidas de que era do açaí que eu iria tirar o sustento da minha família”, afirma, emocionado, o jovem.
Tanto orgulho e dedicação se refletem no produto que é comercializado por Mateus. Os planos do produtor são ousados. A produção já é comercializada nos municípios próximos e na capital, Rio Branco. Mateus sonha em ganhar o Brasil com o seu açaí.
“Já estamos com um processo de registro no Ministério da Agricultura. Com esse registro, vou triplicar nossa produção, adquirir um caminhão frio e começar a exportar para Rondônia e Mato Grosso, até levar o açaí de Feijó ao Brasil inteiro”, destaca.
Atualmente a produção é de 10 mil litros de açaí por mês. Mais de 50 famílias de produtores familiares fornecem o fruto e 20 pessoas trabalham catando e beneficiando o fruto que chega ao pequeno empreendimento.
Fortalecimento do açaí no Acre
A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) sabe da importância de estimular empreendedores como Mateus Oliveira e da qualidade do açaí que é produzido na região. Por isso, mantém em Feijó um viveiro onde são criadas mudas da fruta para posterior distribuição aos produtores familiares do Acre.
No ano de 2014, foram distribuídas mais de 120 mil mudas em Feijó, 20 mil em Tarauacá, 50 mil em Rio Branco e mais seis mil mudas em Cruzeiro do Sul.
“Somos sabedores do grande valor de mercado que tem o açaí hoje em dia. Vamos continuar incentivando os produtores dessa região para que continuem plantando e produzindo um produto de qualidade”, afirma Edvaldo Andrade, coordenador da Cadeia Produtiva do Açaí na Seaprof.
