Maria de Fátima Xavier se submeteu a um transplante de rim no último dia 15. Ela não esconde a alegria. “A hemodiálise maltrata. Sofri três anos com esse tratamento, mas, graças a Deus, a família resolveu doar, e eu fui a contemplada. Sempre vou ter muito a agradecer a essa família”, relata.
O transplante de Maria está entre os 14 transplantes viabilizados somente neste ano pela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO/Acre), instalada no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco. Três foram de córneas, sete de rins e quatro de fígado. Segundo a coordenadora do CNCDO/Acre, Regiane Ferrari, este número corresponde a quase a metade dos transplantes que foram realizados em 2014.
Para a coordenadora, a comunidade vem apresentando um entendimento maior sobre as questões de doações de órgãos e tecidos, por isso o número de transplantes no estado tem aumentado. No entanto, a questão da doação no Brasil poderia estar melhor. “Quando a comunidade entender que ela é a maior parceira para os transplantes, porque transplantes não se fazem apenas com aparato hospitalar, médicos, o transplante se faz em conjunto direto com a sociedade”, ressalta.
A doação no Brasil só é efetivada com a permissão do familiar. Não adianta o doador deixar por escrito a intenção de doar, pois a decisão é da família do doador. Portanto, quem deseja ser doador deve avisar a família da vontade.
“Quanto mais se falar em doação de órgãos, em resultados, mostrando a vida de pessoas que foram salvas por um ato de solidariedade, de amor ao próximo, mais pessoas serão sensibilizadas a doar”, destaca a nefrologista Jarinne Nasserala.
Neste ano, o governo do Estado pretende intensificar os transplantes juntamente com o incentivo à doação de órgãos e tecidos. “Temos previstas ampliação e reforma do local onde funciona o atendimento, as consultas ao pré e pós-transplante. E estamos trabalhando para que ainda neste ano seja habilitado o transplante de pâncreas no Acre”, informa a superintendente do HC, Juliana Quinteiro.