Com os investimentos realizados pelo governo do Acre ao longo dos últimos anos, uma atividade importante para a economia extrativista acreana voltou com força total, representando preservação ambiental e melhoria de vida para quem tira da floresta o seu sustento.
A produção de castanha no Acre atualmente gira em torno de 14 mil toneladas. Cerca de oito mil famílias extrativistas fazem da coleta o seu meio de vida.
A melhoria nas condições de produção está aliada a vários fatores, investimentos em usinas de beneficiamento, organização dos produtores, aumento no preço e boas práticas que resultam em uma castanha de melhor qualidade.
Uma das parcerias é com a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), que agrega mais de mil produtores extrativistas e que possui duas indústrias de beneficiamento de castanha em pleno funcionamento, em Xapuri e Brasileia, e uma terceira, em fase de finalização, para começar a produzir em Rio Branco. As três têm capacidade para beneficiar mais de três mil toneladas por ano.
O preço é outro diferencial para a valorização da atividade extrativista. A lata de castanha que chegou a ser comercializada por meio de atravessadores ao preço de sete reais, atualmente é vendida pelo preço de 34 reais.
Boas práticas na cadeia produtiva da castanha
O outro grande investimento realizado na cadeia produtiva da castanha é na capacitação dos extrativistas. A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) fornece cursos de boas práticas que orientam os produtores em todo o processo, da coleta ao armazenamento do produto.
A responsável pelos cursos é a engenheira agrônoma Felícia Leite. Com mestrado na área de floresta, armazenamento e indústria da castanha ela afirma que as boas práticas são essenciais para que a qualidade da castanha acreana consiga atingir outros mercados, inclusive fora do país. “Um dos grandes desafios é a necessidade da mudança de hábitos dos produtores rurais, o que não é fácil. A gente procura mostrar aos extrativistas que uma renda maior está associada a um produto de mais qualidade.”, explica Felícia.
A capacitação anima os extrativistas. É o caso de Marivaldo Freitas, morador da Floresta do Antimary, em Sena Madureira. Ele produz duas mil latas de castanha por safra e aguarda ansioso pelo curso de boas práticas. “Se eu tiver mais informação, vou conseguir um preço melhor pela minha castanha. Fico feliz em saber que a Seaprof vai trazer esse curso para a nossa comunidade”, afirma o produtor.
O curso de boas práticas já foi levado a 18 comunidades extrativistas do Acre.