“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, diz uma célebre frase do patrono da educação brasileira, Paulo Freire. E com o objetivo de provocar uma mudança profunda na sociedade acreana, o governador Tião Viana lançou nesta sexta-feira, 12, no Teatro Plácido de Castro, o programa Quero Ler de erradicação do analfabetismo, que ainda atinge 13,5% da população do Estado e que deve ser zerado em três anos e meio.
Assim vamos transformar o nosso Acre, dando oportunidade para todos acreditem mais em si e ganhem confiança no viver bem…http://wp.me/p46WGk-J11#QueroLer #NovoAcre #ZerarAnalfabetismo #Educação
Posted by Tião Viana on Sexta, 12 de junho de 2015
Com um auditório completamente lotado por pessoas que farão parte da primeira etapa do programa, Tião Viana afirmou: “Essa é a maior força-tarefa que assumimos para a educação do Acre. De todo o esforço, de toda a mudança que a educação acreana vem sofrendo nos últimos dezesseis anos, agora nós queremos zerar o analfabetismo. Que essas pessoas tenham o direito de conhecer as letras, que não sejam analfabetas funcionais, que acreditem mais em si e ganhem confiança e oportunidades”. O governador ainda ministrou uma aula inaugural, falando sobre a história das letras desde 5.000 a.C. e traduzindo simultaneamente a música “What A Wonderful World”, de Louis Armstrong.
Só este ano o Quero Ler pretende alfabetizar 11 mil pessoas, com idade a partir de 15 anos, nos 22 municípios do Acre. O governo federal é co-financiador do programa, que corresponde à Meta 9 do Plano Nacional de Educação. O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, esteve presente e ressaltou: “Estamos querendo organizar uma revolução pela educação no Brasil, com uma nova estratégia de desenvolvimento nacional. A Amazônia pode ser a vanguarda dessa estratégia. O Acre se caracteriza pelo experimentalismo, e seu grande aliado é a imaginação. Esse projeto é um exemplo da imaginação a serviço da libertação”.
Novo caminho, novos sonhos
Embora o público alvo do Quero Ler seja de pessoas acima de 15 anos que não tiveram a alfabetização em seu tempo normal, o Teatrão estava predominantemente cheio de senhores e senhoras já entrando beirando a terceira idade, que, embora tímidos, estavam animados com algo que simbolizaria uma grande mudança. Gente como Dorinete Medira, 69. “Eu vi a Bíblia e sonhava em poder ler ela toda. Então apareceu essa oportunidade. Eu já comecei, as aulas são boas, a professora é muito boa e eu tenho esse sonho de um dia ser maior que agora”, conta, sorridente.
Com a filha Marian da Silva, de dez meses, no colo, Maria das Graças da Silva, revela que seu sonho é um dia ser professora. Ela conta que o apoio vem de onde mais precisa: de casa. “Eu já tenho uma filha mais velha, que está na escola, fazendo a oitava série e aprendendo tudo direitinho. Agora eu quero ficar no mesmo nível que ela.”
O secretário de Estado de Educação e Esporte, Marco Brandão, reforça que o programa tem o apelo de universalizar a educação. “É um desafio grande, um desafio que vai demandar muito trabalho, mas toda a equipe está engajada. O governo está preocupado, mas vamos garantir o êxito e trazer todos os acreanos para o mundo das letras”, reforça.
O que disseram
“Nosso objetivo é encontrar e abraçar 68 mil acreanos que não sabem ler e escrever e convidá-los para uma escola. É uma luta de toda a sociedade acreana, não só do governo.”
(Moisés Diniz, coordenador do programa Quero Ler)
“Nós temos uma rede de quase 80 escolas municipais. Agora vamos identificar nos bairros e na zona rural pessoas que não completaram os estudos. Junto com a Secretaria de Educação, iremos fazer um grande esforço para atendê-las. Somos parceiros do governador, que é um verdadeiro estadista.” (Marcus Alexandre, prefeito de Rio Branco)
“Não é apenas aprender a ler, mas usar esse conhecimento para mudar algo em nós.”
(Joaquim Maná, professor e doutor em linguística)
“Jamais imaginei que pudesse dar uma parcela de colaboração a cada um de vocês, que considero um exército multidisciplinar de educação.”
(Wildy Viana, ex-deputado federal, pai do governador Tião Viana)