“Estamos aderindo ao Programa de Erradicação do Analfabetismo do governo do Estado, e começamos fazendo a lição de casa. Identificamos 20 funcionários que trabalham como profissionais de apoio, e em uma conversa com eles e a Secretaria de Educação, decidimos abrir uma sala de aula”, explica Edvaldo Magalhães, diretor-presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa).
Os alunos têm aula das 7 às 9h da manhã, de segunda a sexta-feira. Depois da aula, eles iniciam o trabalho. A Secretaria de Educação disponibiliza a professora e o material de apoio, e o Depasa, a sala de aula e o transporte dos alunos.
As aulas ocorrem em um espaço da Estação de Tratamento de Água (ETA-2) e aos poucos eles vão desenhando as primeiras letras. O aluno mais velho da turma, Osvaldo Costa, 62, ex-seringueiro, que trabalha no Depasa como encanador há mais de 15 anos, explica: “Nunca tive uma oportunidade como esta, eu estou gostando muito. Daqui a três anos eu me aposento e pretendo continuar estudando numa escola perto da minha casa, pois não quero parar por aqui”, conta.
Nesta quarta-feira, 1, Edvaldo Magalhães fez uma visita à turma. Em sua fala, ele contou a experiência da sua mãe, que foi alfabetizada aos 28 anos e hoje é pós-graduada, e pediu que eles aproveitassem a oportunidade.
“Eu sei que cada um de vocês tem uma história, os motivos por que não estudaram são os mais diversos, mas o mais importante é não ter vergonha dessa história e aproveitar a oportunidade que está surgindo. Não a deixem passar, vocês sabem que têm muita capacidade”, disse Magalhães.