Comemorado nacionalmente neste domingo, 26, o Dia do Intérprete resgata a importância do profissional que possui como principal missão permitir e facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes.
No Brasil, a educação de surdos remonta aos meados do século XIX, quando foi criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), no Rio de Janeiro. Batizado originalmente como Colégio Nacional para Surdos-Mudos, a instituição continua com suas atividades há quase dois séculos, e durante este período, muitas foram as conquistas para a comunidade surda, principalmente nas questões legais.
Atendimento no Acre
O histórico das atividades públicas envolvendo a comunidade surda começa a ganhar forma na década de 80, mas ganha força nos anos 2000, com a criação, há dez anos, do Centro de Apoio ao Surdo (CAS). Inicialmente, a rede pública contava apenas com três intérpretes. Hoje, já são mais de cem educadores atuando como intérpretes profissionais no estado, atendendo 180 alunos surdos integrados à rede pública de ensino em 48 escolas.
Para Nina Rosa de Araújo e Lindomar Torres, a data possui um significado ainda mais especial. As duas são parte do primeiro trio de intérpretes estaduais, possuindo mais de dez anos de experiência na área educacional.
“Os primeiros cursos começaram em 1999, com apoio do Ministério da Educação (MEC), mas foi só em 2001 que Lindomar e eu representamos o Acre em um curso intensivo no Ines. Nosso período no instituto nos preparou para a difícil tarefa de replicar o que tínhamos aprendido em nossa terra natal”, explica Nina.
Lindomar relembra que, há 14 anos, apenas três escolas amparavam os alunos surdos. “Ser parte dessa história me emociona e também motiva a sempre buscar mais, a sempre pesquisar novas metodologias que possam ser aplicadas em benefícios dos estudantes. Somos as vozes de outras pessoas, e temos que garantir que elas serão ouvidas”, afirmou.
E o histórico de conquistas não é esquecido pelas novas gerações de intérpretes acreanas. Uma delas é Jamaika Gomes Guerreiro, que atua na função há três anos. “Me motiva o olhar humano que é preciso ter nesta profissão. Ser a conexão entre as pessoas é uma enorme responsabilidade”, disse.