Você é doador de órgãos? Pode parecer uma pergunta fácil de responder, mas para muitas pessoas ainda não é. De acordo com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO/Acre), sete em cada 10 famílias recusam a doação, no Acre. Para conscientizar sobre o tema, equipes da CNCDO/Acre estão na Expoacre para conversar com os visitantes sobre o tema.
“Muita gente tem interesse de ser doador, mas não manifesta a decisão para a família. E quando uma pessoa que gostaria de doar seus órgãos e tecidos morre, somente os familiares podem autorizar a doação”, explica a enfermeira da CNCDO/Acre, Andréia Paiva.
Entre uma conversa e outra, os profissionais encontram gente bem esclarecida sobre o assunto e decidida pela doação, mas tem aqueles que ainda não conversaram com seus familiares sobre o assunto.
“Há poucos dias, uma amiga faleceu e os familiares doaram os órgãos dela. Foi uma atitude muito generosa”, contou o motorista Maxwell Ferreira, ao garantir que vai anunciar à família que é um doador.
Atualmente, cerca de 50 pessoas aguardam pela doação de algum órgão compatível no Acre, que já realiza transplantes de córnea, rim e fígado.
Como funciona
Os órgãos que podem ser doados são rim, coração, pulmão, fígado e pâncreas, e os tecidos são córnea, pele e ossos, por exemplo. Os órgãos doados pela família são transplantados nos primeiros pacientes que estão aguardando em lista única da CNCDO/Acre. Esse processo é controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.
A doação somente pode ocorrer quando a pessoa for diagnosticada com morte encefálica. O diagnóstico de morte encefálica ou morte cerebral faz parte da legislação nacional e do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente e fazem o diagnóstico clínico de morte encefálica. Um exame gráfico, como ultrassom com doppler ou arteriografia, é realizado para comprovar que o encéfalo não funciona mais. A partir daí, a doação pode ser realizada.