A galinha caipira é um dos pratos mais tradicionais do Acre, principalmente na zona rural, onde famílias criam as aves para consumo próprio. Agora, com o apoio do governo do Estado, por meio do programa de criação destes animais, o frigorífico Nosso Frango começa a comercializar as aves na capital acreana, com preço competitivo e seguindo normas sanitárias de produção.
O Estado tem investido na produção de galinhas caipiras por famílias da zona rural, principalmente em Xapuri e Rio Branco. A incubadora do governo é capaz de gerar até oito mil pintos por semana, mas tem capacidade de dobrar este número. Os produtores adquirem os pintinhos, criam e vendem, gerando uma renda que pode ultrapassar os R$ 3 mil por mês.
Hoje, 13 famílias produtoras beneficiadas pelo programa do governo fornecem galinhas caipiras. O secretário adjunto de Agricultura e Pecuária, Fernando Melo ressalta: “O acreano tem uma cultura de consumir muita galinha caipira. Nós identificamos esse segmento e nos articulamos com produtores e empresários. Já temos em Xapuri mais de 30 mil aves alojadas e toda semana o mercado vai receber cerca de quatro toneladas de frango caipira abatido”, afirmou.
A Nosso Frango possui hoje 16 funcionários entre técnicos e transportadores. Abraão Figueiredo, proprietário do frigorífico, conta que a ideia começou com um projeto da Universidade Federal do Acre, que tem um núcleo de produção de aves caipiras. Com o projeto, ele foi atrás e conseguiu um termo de cooperação técnica do governo do Estado para instalar a unidade junto a Escola da Floresta, na estrada Transacreana.
Negócio em expansão
As galinhas caipiras da empresa estão chegando à maior rede de supermercados da capital nesta semana, mas já estão presentes em cerca de 120 outros mercados de pequeno e médio porte, além de casas de carne, por um preço que Abraão garante ser até 30% menor que os praticados por outros fornecedores.
“O apoio do governo do Estado foi imprescindível. Desde o primeiro momento, na idealização do projeto até agora na industrialização, ele tem sido nosso parceiro. Os produtores criavam os frangos, mas faltava um interlocutor que organizasse o produto nos padrões para venda. Foi isso que deu esse incentivo pra gente”, conta o empresário.
A industrialização tem trazido experiências positivas na vida das pessoas da Transacreana. Como Ana Angélica, que veio de Fortaleza (CE) e mora no Acre há três anos com o marido e cinco filhos, vivendo uma realidade que nunca imaginou ao trabalhar no frigorífico.
“A gente batia na porta de um, na porta de outro, atrás de emprego e olha que emprego tá muito difícil. Então foi uma oportunidade maravilhosa e agradecemos muito. É o meu primeiro emprego aqui, lá em Fortaleza estava muito difícil e aqui eu tive uma oportunidade. Compro comida, ajudo o esposo, compro coisas para as crianças e para mim”, comemora a senhora.