Ligada a fatores genéticos, ambientais ou envelhecimento, a surdez é uma das deficiências mais comuns no Brasil, principalmente entre os jovens. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 9,7 milhões de brasileiros têm algum nível de deficiência auditiva.
Um estudo da Universidade de Tel Aviv (Israel) demonstra que um em cada quatro adolescentes corre o risco de sofrer perda auditiva precoce por conta do alto volume de aparelhos de som portáteis.
O otorrinolaringologista do Programa de Saúde Auditiva do Hospital das Clínicas (HC) do Acre Elson Santiago Júnior concorda que os fones de ouvido são os grandes vilões das últimas gerações.
“O nível de barulho direto no ouvido tem grande impacto e a tendência é a perda da audição a médio e longo prazo, dependendo do volume e do tempo de exposição ao ruído”, alerta o médico.
Além do uso excessivo de fones de ouvido, Santiago também atribui ao excesso de barulho no ambiente de trabalho, poluição sonora e ao envelhecimento as principais causas do desenvolvimento de perda auditiva e, consequentemente, de surdez.
Teste da orelhinha
Infecções maternas durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose, sífilis e herpes, por exemplo, além do uso de drogas ou medicamentos ototóxicos podem causar surdez em recém-nascidos.
O teste da orelhinha é realizado após o nascimento e detecta se o bebê possui algum nível de comprometimento auditivo.
“Quanto mais cedo a detecção da deficiência auditiva, maior a chance de uma adaptação com sucesso e o desenvolvimento da linguagem o mais próximo do normal possível”, explica a fonoaudióloga Indira Viana.
Programa Saúde Auditiva
Lançado pelo governo do Estado em janeiro de 2014, o Programa de Saúde Auditiva (PSA) do Hospital das Clínicas de Rio Branco (HC) oferece todos os níveis de tratamento para a perda de audição, desde triagem auditiva neonatal (Teste da Orelhinha), para detecção de problemas auditivos em recém-nascidos, até oferta de próteses auditivas.
Para acessar o serviço não é necessário encaminhamento. “O paciente pode se dirigir diretamente ao HC e agendar o atendimento na secretaria do programa”, explica Indira.