“Estou com medo de perder toda a minha produção”. São com essas palavras e com lágrimas nos olhos que a produtora rural Ivone Moura relata sua preocupação com a invasão de lagartas na sua plantação de mandioca no município de Cruzeiro do Sul. A produção de farinha é a responsável pelo sustento de toda sua família.
O mandarová da mandioca é considerada a pior praga desta cultura. Nos quatro hectares cultivadas pela família de Ivone, há uma infestação da lagarta, que se alimenta 24 horas e pode em poucos dias destruir todo um plantio.
Na manhã desta quinta-feira, 12, Mamed Dankar, diretor presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), esteve visitando a propriedade, junto com a equipe técnica órgão em Cruzeiro do Sul, para avaliar as ações de combate a praga que estão sendo desenvolvidas na região.
Dois procedimentos são orientados pelo Idaf para o combate à lagarta. O primeiro é o uso de um inseticida natural, extraído do próprio mandarová, que depois de capturado e triturado, é usado na lavoura com eficiência. “O baculovírus, como é chamado o produto, é muito eficiente. Mas só consegue eliminar as lagartas menores”, explica Ligiane Amorim, agrônoma, responsável pela fabricação do produto.
O problema, no caso da propriedade visitada, é que as lagartas já estão em fase adulta, maiores que 3 centímetros, quando o inseticida natural não faz mais efeito. Neste caso, o jeito é usar o produto químico. Ligiane faz um alerta: “A gente orienta que nesse caso, de uso de inseticida químico, é preciso usar um produto eficaz. O uso de agrotóxicos incorretos afeta insetos benéficos, além do perigo para quem está aplicando”.
Ações de combate ao mandarová em Cruzeiro, Porto Walter, Feijó e Rodrigues Alves
O Idaf vem monitorando a incidência do mandarová em outros municípios para que o problema não alcance ainda mais lavouras e prejudique as plantações de mandioca e, consequentemente, a produção de farinha, que se constitui em uma das principais atividades econômicas da região.
Há também registros de ataque da lagarta em plantios nos municípios de Porto Walter, Feijó e Rodrigues Alves. “Onde o ataque está muito avançado vamos precisar aplicar o produto químico. O que pedimos é os proprietários vistoriem constantemente suas lavouras para que em caso de descoberta de lagartas possamos aplicar o inseticida natural o mais rápido possível. O governo está disponibilizando todas as condições, mas precisamos contar com o apoio do produtor”, destaca Mamed Dankar.