Lentamente e iluminada pelos raios do sol da manhã, a bandeira verde e amarela com a estrela que representa o sangue dos revolucionários foi hasteada. Sob as estrofes do hino acreano, cantado por todos os presentes, a Bandeira Acreana, um dos símbolos do Estado, foi trocada durante solenidade que abriu as comemorações neste 15 de junho, 50 anos depois da assinatura da lei 4.070 de 1962, que elevou o Acre à condição de Estado Brasileiro.
A bandeira hasteada no mastro da Gameleira é trocada três vezes ao ano ou quando há necessidade, por deterioramento causado pela ação do tempo e exposição. Mas nesta sexta-feira o significado destra troca, feita sob a responsabilidade da Polícia Militar, foi especial.
“Estamos comemorando mais de cem anos de história e não apenas 50 anos de autonomia. É, sem dúvida, uma data muito importante. Avançamos muito, mas ainda temos muito a avançar. A história tem que permanecer viva para que a gente continue lutando. As decisões que o povo acreano tem tomado estão colocando o Acre num eixo de crescimento que nos orgulha”, disse o governador em exercício, César Messias.
O autonomista Osmir Lima lembrou, em seu discurso, o nascimento do movimento que fez valer a vontade do povo do Acre: “O Acre foi incorporado ao Brasil como Território Federal à revelia da constituição, que não previa esta modalidade em seu texto. Nós deveríamos, desde o início, termos a condição de Estado, e isso nos foi negado. Surgiu daí a luta. Hoje algumas pessoas são reconhecidas como autonomistas, mas na verdade o movimento foi abraçado por todo o povo do Acre, todos entenderam a nossa causa”, disse.
Lauro Veiga dos Santos, neto de Guiomard dos Santos, autor da lei 4.070 que garantiu a elevação do Acre a Estado, participou da solenidade. “Um povo que não cultua seu passado não sabe a razão de seu presente nem tem como planejar o futuro. Esta é a segunda data mais importante da história do Acre. Que a liberdade seja eterna!”.
A solenidade de troca da bandeira contou ainda com outra presença importante. Geraldo Magela Pinto, um grande admirador da história acreana, é conterrâneo de Guiormard Santos, da cidade de Perdigão, em Minas Gerais. Muito interessado nas lutas do povo acreano, ele pesquisou toda a história e biografia do autor do projeto da lei 4.070 e quando vereador em sua cidade deu a uma rua o nome do Acre. “Eu sou um curioso pela história e um apaixonado por ela”, comentou o mineiro que veio ao Acre para participar das comemorações dos 50 anos de Estado.
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