A luta pela vida rendeu ao estado uma vitória histórica. A Central de Transplantes do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco confirmou, na sexta-feira, 4, que o Acre registrou recorde de transplantes em 2015.
Foram realizados, na rede pública de saúde, 16 de rim – o dobro do registrado no ano passado -, cinco de fígado e 14 de córnea.
De acordo com a Central de Captação, em 2014 foram realizados nove transplantações de rim, quatro de fígado e 18 de córnea. De 2006 a 2015, no estado, já foram realizados 235 procedimentos, ao todo.
A médica nefrologista Jarinne Nasserala agradece à população que está sensível à causa da doação de órgãos.
“Agradecemos à equipe do hospital e às famílias que têm cooperado para que esse processo aconteça. A gente sabe que para as famílias que perdem um ente querido é um momento de dor, mas é um momento de esperança para outras famílias que recebem a doação do órgão”, observa.
Nas últimas duas semanas, foram realizados quatro transplantes de rim. Na madrugada de quarta-feira, 2, os pacientes Clemildo Alves de Oliveira, 45, e Antônio Marcos, 49, passaram pelo procedimento cirúrgico.
Ambos estão em fase recuperação pós-cirúrgica, já demonstram a expectativa pela nova perspectiva de vida. “Há dois anos, eu fazia hemodiálise. Precisava vir de Acrelândia para Rio Branco, três vezes por semana. Agora, graças a Deus, isso acabou, e minha vida será bem melhor”, comemora Antônio Marcos.
Vida Nova
Mizael de Lima, 29, que passou por transplante há 26 dias, conta que, desde a infância, faz tratamento nefrológico. Segundo ele, desde os seis anos de idade, os rins começaram a apresentar problemas.
Aos 7 anos, a situação piorou, mas, como morava em comunidade rural, o tratamento utilizado era à base de chá, por isso, quando veio à cidade para ver um médico, a situação estava mais grave, sendo necessária a hemodiálise.
“A vida da gente fica atrapalhada com o tratamento [hemodiálise]. Depois da cirurgia, melhorou 100%. Antes eu fazia a hemodiálise e saia ruim, com uma fraqueza. Agora, a fraqueza acabou. Até para comer tinha que ser pouco, porque ficava fatigado. Eu também bebia pouca água, passava uma sede danada, agora eu tomo água direto. Nova vida”, celebra Mizael.