Além da preocupação de como assegurar que os países baseados em economias altamente poluentes mudem hábitos, outro tema em debate durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21) foi como assegurar crescimento econômico aliado à preservação ambiental.
Um dos caminhos propostos são os fundos de investimento que gerem lucro e, ao mesmo tempo, causem impacto social e ambiental positivo. Uma das apostas do governo do Acre nesse sentido são os investimentos em pequenas e médias empresas, com potencial de crescimento e que tenham impacto social e ambiental positivos nas comunidades e regiões de atuação.
Um exemplo recente é a parceria com a Kaeté – Fundo de Investimento em Participações em Empresas Sustentáveis na Amazônia. O sócio-diretor da empresa, Luis Fernando Laranja, esteve na França e, em programação realizada pelo estado do Acre para convidados de diversos setores e organismos nacionais e internacionais, apresentou os primeiros resultados dessa relação de três anos.
“Demonstramos, com parcerias como esta, que o Acre está articulado, está com interface sólida e dando exemplo para aqueles que acreditam que é possível conservar e desenvolver”.
governador Tião Viana na COP21
“Os investimentos buscam alavancar esses negócios que têm impactos positivos do ponto de vista social e ambiental. Esse é um modelo inovador, que está inserido no mecanismo que se convencionou chamar de investimento de impacto”.
Desde que o fundo começou a operar prospectou diversas empresas na Amazônia legal. O alvo são os segmentos de florestas nativas ou plantadas, energia renovável, agricultura, piscicultura, saneamento e logística.
Três empreendimentos de grande porte, que buscam qualidade competitiva, estão instalados no estado. São eles: Peixes da Amazônia, Acreaves e Dom Porquito. “São produtos com rentabilidade competitiva com qualquer outro investimento no mercado tradicional, mas que, ao mesmo tempo, geram externalidades em termos de impacto social e ambiental relevantes”, destacou o sócio-diretor da Kaeté.
Agricultura familiar consorciada à criação e abate de aves
Criada em 2004, a Acreaves foi uma das primeiras iniciativas para dinamizar a economia da região do Alto Acre, criar uma alternativa de renda para os agricultores familiares e fomentar uma atividade que não promovesse o desmatamento. A capacidade de abate chega a 20 mil frangos por dia.
Piscicultura com alta tecnologia e mercado assegurado
Foram empregados R$ 15 milhões no projeto de piscicultura do Acre. Apesar da vasta costa atlântica brasileira, os dados de 2014 indicam que 70% do pescado consumido no país é importado. Prova de que há mercado para a cadeia produtiva da piscicultura no estado.
Para fomentar esse novo momento da atividade, foram construídos tanques nas propriedades da agricultura familiar, treinamento e disseminação de técnicas para diversas comunidades, associações e cooperativas. A cadeia produtiva se consolida com a fábrica de ração, tanques de alevinagem.
Fomento à suinocultura
A produção de suínos em parceria com pequenos e médios produtores integrados são outra recente experiência no estado. O sumário do investimento é de R$ 5 milhões é recente. A estrutura da Dom Porquito , engloba uma UPL (Unidade Produtora de Leitões), galpões de engorda (em parceria com diversos agricultores familiares) e um moderno frigorífico.