Quem fizer a rota de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, via BR-364, vai se deparar com alguns trechos críticos na rodovia, mas vai se deparar também com a atuação constante das empresas contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) – órgão responsável pela manutenção e garantia da trafegabilidade na rodovia – intensificando as obras de recuperação dos trechos.
Apesar das dificuldades, a maior parte da rodovia está favorável ao tráfego, e uma viagem de carro de Rio Branco ao Juruá pode ser feita em até 10 horas.
Os serviços emergenciais executados ao longo da BR-364 estão sendo pagos com o recurso de R$ 78 milhões que o governador Tião Viana conseguiu para o Acre, em um esforço junto à presidente Dilma Rousseff, que realizou a liberação da verba em maio de 2015, e as ordens de serviços foram assinadas pelas empresas e Dnit, no final do último mês de agosto.
No momento, quatro empresas trabalham em frentes emergenciais em vários pontos, como o Km 278, localizado a cinco quilômetros de Sena Madureira, sentido Manoel Urbano, e que, na segunda-feira, 11, sofreu erosão, comprometendo metade da pista. As outras frentes de trabalho estão nos trechos entre Feijó e o rio Liberdade.
A empresa M.S.M Industrial, responsável pelo lote entre os limites de Feijó e Tarauacá (até a comunidade São Vicente), mantém um trabalho intenso de recuperação da rodovia, executando-o mesmo sob fortes chuvas.
“Aqui, estamos realizando os serviços emergenciais de recuperação da sub-base e o lançamento do material que a gente chama de macadame hidráulico, para o reforço na base. Após isso, é só avançar para os processos de revestimento”, explicou o engenheiro da empresa, Max Rodrigo Knoch.
Excesso de carga deteriorou a rodovia
Nas várias audiências realizadas entre o Dnit e o governo do Estado foi informado que o trânsito de veículos com excesso de carga foi o principal responsável pela deterioração dos trechos hoje críticos na rodovia. As peculiaridades de solo do Acre também foram agravantes, quando carretas chegaram a transportar cargas de até 70 toneladas, sendo 47 toneladas acima do limite permitido.
A falta de fiscalização quanto ao controle de peso é um problema que tem um litígio no próprio Dnit nacional, que não pode delegar e nem transferir recursos para o controle de peso a nenhum órgão estadual. Por essa razão, esses trechos da BR-364 estão descobertos, desde fevereiro do ano passado.
Em sua última agenda com Tião Viana, o superintendente do Dnit no Acre, Sérgio Mamanny, disse que, no Acre, o Dnit está adotando medidas paliativas para um período curto, mas, nesse momento, precisa da colaboração de todos. Entre estas medidas, uma portaria limita o peso até 23 toneladas, algo que precisa ser respeitado com bom senso, sobretudo por parte dos empresários.
Novos projetos e soluções técnicas
O Dnit avança em novos projetos com soluções técnicas para a reconstrução da rodovia. Segundo Mamanny, os planos devem ficar prontos até abril.
O governador Tião Viana estará em Cruzeiro do Sul neste sábado, 23, para cumprir diversas agendas. Entre elas, o chefe do Executivo participará de uma coletiva de imprensa para falar com mais detalhes sobre as soluções que estão sendo definidas para a rodovia.
Entre as soluções estão o apoio contínuo do governo federal e a proposta do Ministério dos Transportes de instalar, ainda em 2016, a superintendência do Dnit no Acre. Devido à malha rodoviária de 1.123 quilômetros de estradas federais no estado, esta é uma ação pontual para atitudes mais rápidas e dinâmicas, e desvinculariam o Departamento da Superintendência em Rondônia.