O ano de 2015 foi difícil para os agricultores que cultivam macaxeira na região do Juruá. O mandarová, lagarta que consegue destruir vários hectares em poucos dias, atacou plantações e prejudicou diversos produtores. Muitos têm na produção de farinha a principal fonte de renda para o sustento de suas famílias.
Diante dessa situação, o Governo do Estado montou uma força-tarefa, em novembro do ano passado, com a participação de diversas secretarias e representantes do setor produtivo, para enfrentar a praga que ameaçava destruir os roçados de macaxeira.
Passados pouco mais de dois meses, o cenário é completamente diferente. Os produtores que seguiram corretamente as orientações dos técnicos do governo estão com as lavouras recuperadas e livres do mandarová.
É o caso, por exemplo, do casal Antônio da Silva e Ivone de Moura. O plantio de macaxeira que ocupa cerca de quatro hectares estava infestado da lagarta. Com o apoio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), os dois aprenderam a combater a praga, usando um inseticida natural que é fabricado do próprio mandarová, chamado de baculovírus. Hoje, o plantio está livre da lagarta.
“O pessoal do Idaf esteve aqui e passou o veneno. Depois, ensinou a fazer, e seguimos todos os passos que mandaram. Graças a Deus, a lagarta acabou, e salvamos o macaxeiral”, afirma Antônio.
A produtora Ivone de Moura afirma que, no início, duvidou que o inseticida conseguisse acabar com a praga. “Eu disse para meu marido que não ia adiantar. Mesmo assim fizemos tudo como orientaram. A praga acabou, e ajudamos até os vizinhos a fabricar inseticida e aplicar nas suas plantações”, conta.
Parceria com produtores põe fim à praga
O sucesso do combate ao mandarová só foi possível porque os produtores, mesmo os que duvidaram, como Ivone, seguiram as orientações corretas para acabar com a lagarta.
“Nós trouxemos o inseticida e orientamos para que eles usassem o baculovírus no tempo certo. Também ensinamos como capturar a lagarta e produzir mais veneno. Essa família, além de acabar com a praga, ainda ajudou outros produtores”, destaca Ligiane Amorim, engenheira agrônoma do Idaf em Cruzeiro do Sul.
Mamed Dankar, diretor-presidente do Idaf, visitou a propriedade e elogiou a parceria dos produtores. “Era um cenário devastador. Essas pessoas tiveram a consciência de que é importante a parceria com o governo, e já estão voltando a produzir farinha, que é o que garante rende a esses produtores”, destaca.