O governo do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), em parceria com o Incra, inicia o planejamento para um grande investimento em piscicultura na região do Projeto de Assentamento Baixa Verde, localizado na BR-317.
A intenção é criar um modelo de produção de peixes em grande escala, tendo a própria comunidade como administradora do negócio. A primeira etapa é a análise técnica das condições da área para a construção de tanques e dos açudes que já existem na região. Para isso, esteve presente à reunião o engenheiro de Pesca Wallace Batista, que foi conhecer um dos cinco açudes que já existem na localidade.
O açude vistoriado é o maior de todos. Possui mais de um quilômetro de extensão e cerca de 27 hectares de água. Com os outros que já existem, a estimativa é de que a comunidade já disponha de 50 hectares, dos 100 pretendidos para a totalidade do projeto.
“A nossa análise se baseia na observação da quantidade e qualidade da água que já existe e nas condições de solo para a construção de novos tanques. Pelo que observamos aqui, a área dessa comunidade reúne todas as condições para o sucesso de um projeto de piscicultura”, destaca Batista.
A intenção do projeto é incentivar a criação de pirarucu e pintado. Em 100 hectares de água, estima-se que a produção de peixes chegue a 15 toneladas por hectare, o que corresponderia a 1,5 mil toneladas por ano.
Projeto entusiasma comunidade
“A comunidade está satisfeita. Queremos projetos exatamente como esse, que valorizam o coletivo. Nossa área é propícia, já que existem velhos açudes que foram construídos quando aqui era uma fazenda”, destaca Fátima Maciel, moradora do projeto de assentamento.
Mizael Aquiar, presidente da Associação de Moradores e Produtores, disse que a piscicultura é um sonho antigo da comunidade. “Fiquei muito feliz, porque faz muito tempo que nossa comunidade fala em criar peixes. Estamos ao lado do Complexo de Piscicultura, o que facilita ainda mais a nossa produção.”
Glenilson Figueiredo, gestor da Seaprof, falou da iniciativa. “Estamos dando um passo de cada vez. É preciso levantar os dados técnicos para que o projeto seja sustentável desde o início e possa, verdadeiramente, mudar a vida desses produtores.”