Desde o ano passado, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), e o Sebrae do Acre realizam o mais completo diagnóstico já feito no Acre sobre os prejuízos causados pelas enchentes na produção familiar rural de produtores ribeirinhos.
O objetivo é, a partir dos dados obtidos, discutir políticas públicas que ajudem de forma definitiva as pessoas que são atingidas pelas alagações e perdem sua produção agrícola.
Depois de vários meses de trabalho, as visitas às famílias atingidas pela cheia histórica do ano passado terminaram. No último sábado, 30, representantes das duas instituições se reuniram para avaliar o diagnóstico.
Lauro Santos, assessor do Sebrae, avalia como positivo o levantamento. “O momento da ajuda humanitária já passou. Com o diagnóstico, vamos procurar uma solução definitiva para atuar de forma precisa, já que alagação no Acre é cíclica e temos que oferecer alternativas para quem é sempre atingido pelas águas”, explica.
A Seaprof disponibilizou 32 servidores para que fosse possível realizar mais de 2,8 mil visitas a propriedades rurais atingidas pela enchente. O grupo de profissionais precisou usar carros, barcos, motos e até animais para chegar a algumas comunidades, como explica Wladimir Brito, uma das pessoas que trabalharam no diagnóstico.
“Fizemos tudo o que foi possível. Aconteceu de algumas propriedades a gente só conseguir chegar em cima de um cavalo. Em outras, chegamos de quadriciclo, e na maioria das vezes fizemos a pé. Conseguimos fechar 100% dos locais que precisavam ser diagnosticados”, comenta Brito.
Cartilhas e publicação do resultado dos diagnósticos
Um dos resultados práticos do levantamento realizado nas comunidades atingidas pela enchente será a publicação, pelo Sebrae, de 5 mil cartilhas que vão orientar as pessoas como proceder em caso de alagação. “Precisamos agora de ações duradouras que possam auxiliar a população na parte prática de como proceder quando acontecer uma enchente”, afirma Lauro Santos.
É intenção também reunir todos os dados do diagnóstico em uma publicação, que irá ser distribuída para entidades que trabalham no apoio a vítimas de enchentes e à sociedade em geral.
“A importância do diagnóstico é sairmos da estimativa para o dado real. Com essas informações, vamos poder desenvolver políticas públicas para ajudar, por exemplo, produtores de banana de Xapuri, Capixaba e Tarauacá, que perderam 90% de sua produção”, explica Diogo Sobreira, diretor de produção da Seaprof.