Teve inicio nesta quarta-feira, 8, o curso de Pós-Graduação em Gestão da Segurança Pública e Direitos Humanos destinado a policiais civis e militares, bombeiros militar, advogados e profissionais militantes da área de direitos humanos.
O lançamento foi no teatro da Universidade Federal do Acre (Ufac), instituição promotora do curso oferecido pelo Estado, por meio da Secretária de Segurança Pública.
O objetivo é fazer um diagnóstico e realizar pesquisas científicas no âmbito da segurança para subsidiar as políticas públicas na área, em todo Acre, começando com a pós-graduação e avançando para o futuro mestrado em segurança pública e direitos humanos no Estado.
Um dos maiores entusiastas dessa matéria é o secretário de Estado de Segurança Pública Emylson Farias.
Durante o evento, ele destacou que o estudo começa a buscar o mais importante para a segurança pública: as causas da violência.
“A repressão ocorre todos os dias. Nós temos inúmeras prisões ocorrendo, mas não trabalhamos efetivamente as causas e aqui estamos buscando, a luz da ciência, para poder iluminar as políticas na área afeta”, ponderou.
“Vai ser a partir desse olhar futuro o primeiro mestrado nessa área. Nós estamos também fundando um laboratório de estudos da violência e paz social onde pretendemos que seja um local de pesquisa, produção cientifica, para auxiliar nas ações políticas de segurança pública”, observa Francisco Raimundo Alves Neto, coordenador do curso.
Segundo ele, a estrutura curricular do curso aplicado aqui no Acre se difere do restante do país, pois foca os estudos no âmbito da zona de fronteira trinacional. Também conta com a parceria da UnB, USP Universidade Federal Do Ceará e Universidade Federal do Rio de Janeiro, que já anunciaram interesses de seus pesquisadores em vir ao Acre ajudar no desenvolvimento de todas essas pesquisas.
A palestrante da conferência de abertura do curso de Pós-Graduação em Gestão da Segurança Pública e Direitos Humanos, Maria Stela Grossi Porto, titular da Universidade de Brasília e Phd pela Universidade de Montreal, observou que o fato de o Acre estar localizado na tríplice fronteira complica e, muito, traz problemas como, por exemplo, o tráfico de drogas, o tráfico de armas e de pessoas.
Muitas vezes, segundo a pesquisadora, esse conjunto é tido como o principal problema da violência o que em nos termos das representações, é como se tudo que acontecesse fosse atribuído a isso.
“Enquanto a gente ficar focado, centralizado única e exclusivamente na questão policial, é algo limitante e eu acho que fortaleceria, por exemplo, uma maior articulação entre as diferentes áreas dentro de um determinado Estado, seja ele um Estado com tantos problemas como um que tem uma tríplice fronteira, como é o caso do Acre. O problema é que acontece a atribuição das razões, você joga a culpa nisso e esquece algumas coisas que estão ao lado, que deveriam ser contempladas”, pondera.
Cristiane Soares da Silva, capitã da Polícia Militar, pós- graduanda gostou da iniciativa da Sesp. Segundo a capitã, esse curso é muito importante para todos os servidores da segurança pública, pois vai trazer conhecimentos para aplicar no desenvolvimento dos serviços das corporações em favor da sociedade.