A campanha Doe Órgãos, Doe Vida, promovida pela Central de Transplantes do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio/AC), tem como objetivo desconstruir os mitos e preconceitos que ainda existem em torno da doação de órgãos, aumentando, consequentemente, o número de doações.
Para esse fim, palestras estão sendo realizadas desde o fim do mês de maio deste ano, no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), para os alunos dos cursos das áreas de saúde, moda e beleza e segurança do trabalho, por exemplo.
Na tarde da segunda-feira, 13, 197 jovens participaram de uma dessas palestras ministradas pela coordenadora da Central de Transplantes, Regiane Ferrari.
“As palestras têm como objetivo informar como ser doador e quais órgãos podem ser doados por um doador vivo ou falecido, como é feito o diagnóstico de morte encefálica, e para quem vão os órgãos e tecidos”, explicou Regiane.
A estudante de recepção Caroline Thaumaturgo, 18 anos, teve várias dúvidas esclarecidas durante a palestra. “Não sabia que a gente podia doar pele e veias também”, disse.
Como se tornar um doador de órgãos e tecidos?
Para ser doador, basta informar à família o seu desejo. A doação só ocorre após a autorização familiar documentada. Podem ser doados rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e tecidos coo córneas, pele e ossos.
Os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis que estão aguardando em lista única da Central de Transplantes de cada estado.
Doação de órgãos no Acre
Nos últimos 10 anos, foram realizados no Acre 255 transplantes, sendo 166 de córneas, 78 de rim e 11 de fígado. Em 2016, apenas 11 procedimentos foram feitos.
No Acre, sete em cada 10 famílias se recusam a doar os órgãos de seus entes falecidos, segundo informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto). É um número bastante elevado, levando-se em consideração a média nacional de recusa, que é de 44%.
“Há uma necessidade muito grande de mudar a forma de pensar da população com relação à doação de órgãos”, avalia Regiane Ferrari.