As cadeias de produção sustentáveis fomentadas pelo governo do Estado beneficiam pequenos, médios e grandes produtores, que recebem estímulo e apoio para desenvolver suas atividades econômicas. Esse modelo de produção tem despertado o interesse de outras gestões.
Na última sexta-feira, 17, uma comitiva de gestores do governo de Tocantins esteve no Alto Acre para visitar as indústrias Dom Porquito, a Acreaves, a Natex e a Usina de Beneficiamento de Castanhas, gerida pela Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre).
A Fábrica de Preservativos Masculinos Natex e a Usina de Castanhas, localizadas em Xapuri, são empreendimentos fomentados pelo Estado que geram renda para os extrativistas da região e entorno. Cerca de 700 famílias de seringueiros vendem a produção de látex para a fábrica, que produz em média 90 milhões de preservativos por ano.
Com foco na produção sustentável, os extrativistas e produtores garantem a conservação da floresta. Essa nova economia é fomentada pelo Programa de Incentivos Ambientais (ISA Carbono), executado pelo Instituto de Mudanças Climáticas e financiado com recursos do banco alemão KfW.
Ao pensar o desenvolvimento industrial, o governo optou pelo modelo público-privado-comunitário, que garante a participação dos pequenos produtores no lucro das empresas. Localizadas em Brasileia, as indústrias Acreaves e Dom Porquito somam hoje 600 empregos diretos e se tornaram as maiores empregadoras da região.
“Nós viemos conhecer algumas experiências bem sucedidas realizadas no Acre, com foco nos incentivos aos serviços ambientais. Chamou-nos muito a atenção a abrangência dessas políticas, que atuam diretamente, principalmente, na geração de renda dos povos da floresta, que vivem do extrativismo”, explicou a secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Tocantins, Meire Carreira.
Intercâmbio
Por dois dias, o grupo visitou empreendimentos acreanos e conversou com a equipe de governo sobre a política de baixa emissão de carbono. A comitiva veio ao Acre para socializar experiências com o programa REDD+SES (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal com Benefícios Socioambientais) e conhecer as experiências de fomento à produção sustentável, que têm como foco a preservação da floresta.
O intercâmbio entre os governos já é um desdobramento da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF – Governor’s Climate and Forests Task Force). Composta por 29 estados, a rede atua de maneira cooperada na difusão de experiências relacionadas à política climática, financiamento, troca de tecnologia e pesquisa.