Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 7, o governador Tião Viana decretou estado de emergência em toda a bacia do Rio Acre devido à seca do rio, que já é a maior dos últimos 45 anos. A medida se dá pouco tempo após o decreto de alerta, e agora segue para reconhecimento da Defesa Civil Nacional e do Ministério da Integração.
Ainda nesta quinta-feira, o Rio Acre registrou na capital 1,88 metro de profundidade. A medição está 40 centímetros abaixo da registrada no mesmo período de 2005, quando houve a maior seca até então. Segundo estudos preliminares, quando o período de estiagem chegar ao seu auge, em setembro, o Rio Acre pode atingir 1,25 metro de profundidade.
“O decreto nos autoriza a ter um reconhecimento da Defesa Civil e nos permite uma parceria e divisão de responsabilidades, inclusive logísticas. Se forem necessárias mil horas de voo de helicóptero, vamos ter divisão; se precisarmos de um custo adicional para as brigadas ou equipamentos emergenciais, teremos um trâmite mais ágil de aquisição e a solidariedade financeira compartilhada com o governo federal”, explicou Tião Viana.
Abastecimento vira prioridade
O diretor-presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), Edvaldo Magalhães, explica que hoje já há uma redução de 20% da capacidade de tratamento e distribuição de água na capital em virtude das mudanças que têm sido feitas contra a seca. O governo prepara um investimento de R$ 650 mil para que o abastecimento não seja prejudicado.
“Estamos com uma luz amarela e uma vermelha. Quando finalizarmos a mudança no sistema de captação, pode ser que sejamos capazes de elevar mais a produção, mas não vamos conseguir neste período de estiagem produzir 100% daquilo que produzimos. Estamos fazendo um esforço enorme para garantir a regularidade do abastecimento”, conta.
O governo federal já tem auxiliado o estado. O superintendente da Agência Nacional de Águas (ANA), Rodrigo Flesha, esteve nas estações de tratamento de água (ETA I e ETA II) para conhecer o processo de captação e produção, fazendo um relatório técnico do que deve ser adaptado junto com o Depasa.
“Nossa ideia é produzir uma nota técnica sobre as tomadas de captação de água do Rio Acre, constatando a necessidade de aumentar mais captores flutuantes junto com outras melhorias físicas, inclusive das elevatórias de água”, explica Flesha.
O ministro da Integração, Helder Barbalho, também autorizou que a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) se dediquem ao máximo a apoiar o plano do governo do Estado no combate à seca, colocando à disposição seus técnicos.