Com o intuito de resgatar, fortalecer e promover a troca de saberes tradicionais indígenas sobre o parto humanizado, está sendo realizado de 15 a 19 de agosto, no Jordão, o Encontro de Parteiras Indígenas, promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre) e o Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Juruá (Dsai), com apoio das secretarias de Estado de Planejamento (Seplan) e de Comunicação (Secom).
A embaixadora do Banco de Leite Humano pelo Ministério da Saúde, atriz Maria Paula Fidalgo, participa desse encontro ao lado das equipes de saúde do Estado, do Dsai e do município. Ao todo, 27 parteiras indígenas se credenciaram para o evento, que teve abertura nesta segunda-feira, 15, no Centro de Florestania.
Boas experiências
Entre as participantes está a parteira indígena da etnia kaxinawá Aldenira Pinheiro de Lima Kaxinawá, 52 anos, mãe de 13 filhos e bisavó de uma jovem. “Já ‘aparei’ mais de 50 meninos. Um dos primeiros já tem um filho de nove meses”, conta a parteira, que mora nas cabeceiras do Rio Jordão, na Aldeia Nova Extrema, a uma hora e meia de barco da cidade de Jordão.
Aldenira afirma que é com prazer que participa das capacitações, porque tem a oportunidade de aprender mais, para poder ajudar as mulheres a trazer ao mundo crianças mais saudáveis.
Maria Paula Fidalgo acredita que os quatro dias que participará do encontro resultarão numa experiência que ela classifica como “incrível”.
“Estou sentindo que será maravilhoso. Só de ver a força dessas mulheres que estão espalhadas por essa floresta toda, fazendo esse trabalho que é receber esses bebês com amor, carinho e sabedoria, tenho certeza de que vou aprender muito com esse encontro, e vou poder dar um pouco do meu testemunho, falar da minha experiência relacionada à amamentação”, afirmou a embaixadora.
A gerente do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (DAPE) da Sesacre, Duciana Araújo, frisa que essa ação tem se realizado graças ao empenho do governo do Estado, por meio do gabinete da vice-governadora Nazaré Araújo, que priorizou essas qualificações das parteiras tradicionais.
“Nós já realizamos um encontro em Marechal Thaumaturgo, e agora chegamos ao Jordão. Vamos aperfeiçoar algumas técnicas que as mulheres indígenas já praticam. Acreditamos que serão dias de grandes ensinamentos e aprendizados. Uma boa troca de saberes”, concluiu a gestora.