O início do inverno amazônico traz uma preocupação para o Departamento de Defesa Vegetal do Instituto de Agropecuária do Acre (Idaf).
É neste período de aumento das chuvas que ocorre a incidência do mandarová, considerada a pior praga destrutiva dos plantios de mandioca.
A lagarta é capaz de destruir em pouco tempo plantações inteiras e causar prejuízos aos produtores rurais.
Este ano, propriedades em Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Feijó, Tarauacá e Senador Guiomard sofreram ataques da praga.
E no Juruá já existe produtor registrando o aparecimento da lagarta. “Um produtor veio nos contar que apareceu o mandarová em sua propriedade. Já estamos fazendo o monitoramento aqui no Juruá”, explica Ligiane Amorim, agronôma do escritório da defesa agropecuária em Cruzeiro do Sul.
O Departamento de Identificação de Pragas e Doenças do Idaf orienta como identificar a possível incidência do mandarová.
O primeiro passo é notar o aparecimento de uma mariposa grande, de cor marrom, no período do fim de tarde e noite. São essas mariposas que depositam ovos nas folhas dos pés de mandioca e se transformam nas temidas lagartas.
“O quanto antes o mandarová for identificado, mais rápido podemos agir e minimizar os estragos nas plantações”, afirma o coordenador do Departamento de Identificação de Pragas, Pedro Arruda.
Combate ao mandarová
A precocidade da identificação vai definir a forma de combate à lagarta. Em um estágio menos avançado, o Idaf usa um inseticida natural, chamado baculovírus, fabricado do próprio mandarová esmagado. Por ser natural, essa forma de combate praticamente não tem custos nem causa danos a quem faz a aplicação.
Quando a infestação da lagarta se encontra em um estágio no qual os animais já estão muito desenvolvidos, é necessário o uso de inseticidas químicos.
“Por isso é preciso a atenção do produtor. Se a descoberta do mandarová for no início, é possível dizimar a praga em pouco tempo e evitar prejuízos. Infelizmente, muitas vezes não é feito esse acompanhamento, e quando se descobre, o macaxeiral já foi destruído”, explica Arruda.
Nos próximos dias, equipes do Idaf devem percorrer os municípios para esclarecer aos produtores como combater a praga.
“Precisamos trabalhar em parceria, contando com a ajuda dos produtores, para que não tenhamos prejuízos na cultura da mandioca, que tem grande importância para nossa economia”, destaca Ronaldo Queiróz, diretor-presidente do Idaf.