Traduzir todo um evento para três idiomas diferentes: português, inglês e espanhol. Esse é a função dos tradutores simultâneos durante a II Conferência Mundial da Ayahuasca, que está sendo realizada em Rio Branco desde segunda-feira, 17, e segue até sábado, 22, na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Executada pela empresa paulista Confluence Translation, o trabalho conta com quatro colaboradores – Elisabeth Connolly, Clara Connolly, Cesar Melo e Sofia Orlet –, que se revezam entre 9 e 18 horas, tempo em que é realizado o evento. Para ter acesso ao serviço, é oferecido um rádio com fone de ouvido aos participantes do evento.
Locados em cabines instaladas no Teatro Universitário, os tradutores têm uma visão geral do palco e dos participantes das mesas redondas.
“Nosso trabalho não é apenas traduzir o que está sendo falado, e sim refletir um conjunto de diferentes culturas. É como se fosse um trabalho artesanal, no qual tentamos transmitir a energia do palestrante às pessoas que estão nos ouvindo. Por isso, é importante que tenhamos uma visão geral do local”, relata Elisabeth.
Expressões, piadas e gírias também são cuidadosamente traduzidas para que façam sentido em cada linguagem. “Chamamos isso de solução cultural. Temos em mãos diversos dicionários online abertos para caso tenhamos alguma dúvida na hora de traduzir”, conta Cesar.
Ele destaca, ainda, o trabalho dos tradutores indígenas, que vêm das aldeias junto com os palestrantes: “Fiquei impressionado, pois eles fizeram um trabalho sensacional. Diferente de nós, eles fazem tradução consecutiva, ou seja, ouvem tudo para depois traduzirem, por isso, precisam sintetizar tudo o que foi dito na mesa, o que foi feito de forma bem sucinta e centralizada”.