Em 2007, durante sua atuação no senado federal, Tião Viana foi o patrono da Lei nº. 11.520/2007, que instituiu pensão indenizatória às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação compulsória em hospitais-colônia. Nove anos após sua instituição, os portadores de hanseníase, membros do Morhan – Rio Branco realizaram, nesta sexta-feira, 21, um ato de celebração e agradecimento a Tião Viana pelas conquistas alcançadas.
O evento contou com a presença da coordenadora da Comissão Interministerial de Avaliação, do Ministério de Justiça e Cidadania, Michele Reis, do membro do Morhan nacional, Elson Dias, do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, do deputado federal, Moisés Diniz, da coordenadora da Casa de Acolhida Souza Araújo, Irmã Inês, da coordenadora da Cades, Verônica Loureiro e da coordenadora geral do Morhan, Teresinha Prudêncio.
Como médico infectologista, Tião Viana dedicou grande parte de seu trabalho na luta por dignidade e tratamento humanitário aos pacientes portadores de hanseníase, uma doença que gerou muito preconceito e colônias de isolamento espalhadas por todo o país, nos anos 70. No Acre, mais de 600 famílias são beneficiadas pela lei.
“Com a ajuda do ex-presidente Lula, o benefício foi gerado de maneira imediata. Essa é uma das mais lindas homenagens a mim, ao Lula, ao Morhan e a todos que fizeram parte dessa história de luta humanitária em prol dos portadores de hanseníase no Brasil”, destacou o governador que recebeu vários presentes dos moradores da colônia Souza Araújo.
Após a apresentação do vídeo com o histórico de alguns portadores, Michele Reis disse que o trabalho com os hansenianos no Brasil traduz um dos maiores sentimentos de gratidão. “Quando a gente vê que o resultado de uma concessão de um benefício é esse a gente se sente gratificado. Parabenizo o Tião por transformar essas vidas. Essa é uma causa que eu acredito”, afirma a coordenadora.
O prefeito Marcus Alexandre disse que a lei representa a história de luta do governador e do Bacurau para reafirmar o direito das pessoas na sociedade. “Essa é também uma justa homenagem pela luta e trabalho do governador Tião Viana para tentar reparar uma injustiça histórica. Essa lei trouxe esperança para estas famílias”, disse o prefeito.
Inserção social e oportunidade
Para Teresinha Prudência, viúva de Francisco Augusto Vieira – o Bacurau, como era conhecido – um dos fundadores do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), a lei traduz a maior conquista de inserção social e oportunidade aos hansenianos no Brasil.
“Aqui somos a família Morhan. Se Bacurau estivesse aqui hoje estaria muito feliz e realizado. Temos muito a agradecer ao governador Tião Viana e ao Lula, por nos proporcionarem essa nova realidade”, agradeceu.
José Fernandes Barros contou no vídeo que o benefício transformou sua vida. Graças a ele pôde adquirir um automóvel que auxilia no transporte dele e da esposa, que possui uma perna amputada, para a realização das consultas médicas. “Sempre agradeço ao Tião pela autoria da lei, e ao Lula pela sanção. Estávamos em Brasília na hora da assinatura que foi uma melhora expressiva pra vida da gente. Trouxe esperança de vida pra todos nós”, expressou o pensionista.
O que disseram:
“Comemoramos nove anos da lei. Algo que reconhece os desafios causados pela prática do isolamento precário. A gente visitou as famílias beneficiárias e vimos a mudança, a qualidade de vida das pessoas. No Brasil foram beneficiados mais de oito mil pessoas, e é possível que mais pessoas sejam beneficiadas”, Elson Dias, membro do Morhan do Acre e do Nacional.
“O Tião como médico se doava totalmente naquela situação tão triste, com uma sensibilidade tão grande que sofreu junto com a gente. Quando quis entrar na política eu acreditei que perderíamos um médico, mas foi aí que ganhamos um pai, dono de um coração enorme e que se doa para que outros vivam melhor”, Imã Inês, coordenadora da Casa de Acolhida Souza Araújo.
“O Tião como senador e governador é responsável por grandes obras, mas nenhuma tem a beleza da obra dessa lei. Pela primeira vez em 500 anos, os hansenianos subiram a rampa no palácio do planalto e obtiveram essa conquista tão essencial”, Moisés Diniz, deputado federal.
“É com muita alegria que venho com vocês compartilhar esse momento de luta, da luta de Tião Viana para dar mais conforto e dignidade a todos vocês. Contem com a Cades”. Verônica Loureiro, coordenadora da Cades.