Três municípios acreanos de difícil acesso começam a perceber as mudanças positivas que chegam com as obras de saneamento integrado.
Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão, na região do Juruá, desde 2014 vivem um novo cenário urbano com as constantes obras do Programa de Saneamento Ambiental e Inclusão Socioeconômica do Acre (Proser), conduzido pelo Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) e pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan).
O programa vai investir R$ 100 milhões, recursos do Banco Mundial e do governo do Estado, com distribuição de água, coleta e tratamento do esgoto, pavimentação, drenagem, além da coleta e destinação de lixo.
As obras nessas cidades, imersas na floresta amazônica, com acesso apenas por pequenos aviões e barcos, desafiam os ensinamentos da engenharia moderna, precisando sempre de muita análise e descoberta de novas alternativas, tanto para o solo quanto para a logística.
Durante toda a obra, equipes do governo do Estado mantêm constante fiscalização nos canteiros – desde seguir o projeto como planejado até a qualidade dos insumos e o cronograma de execução das prioridades em cada município são questões observadas pelas equipes do Depasa e Seplan, sempre dialogando com a comunidade e com as empresas executoras.
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Obras em andamento
Na última semana, acompanhado de engenheiros e assistente social, o diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães, também visitou as três cidades com obras em andamento.
Ele viu de perto os avanços, por exemplo, da rampa de acesso ao porto em Marechal Thaumaturgo: “Um dos investimentos que estamos fazendo em Marechal é a rampa de acesso e, ao lado, um terminal de transbordo. Um espaço com lanchonete e galpão todo estruturado para receber os produtos dos agricultores, que vão poder armazenar e poder fazer um melhor negócio na hora de comercializar, sem pressa de vender”.
Ainda em Marechal, ficou decidido também sobre o tratamento de esgoto e distribuição de água, que logo terá cobertura total na cidade.
“Para tratamento de esgoto, serão feitas unidades individuais, pois, se formos escavar toda a cidade, vamos pô-la abaixo. Para fazer obras estruturantes em Marechal, é preciso fazer antes testes de tecnologia. Estamos há dois anos batendo cabeça, juntando experiências, e agora definimos nossa técnica para fazer o pavimento”, explica Magalhães.
Em Porto Walter, após reunião sobre o cronograma, a equipe pôde acompanhar a pavimentação das primeiras ruas e o avanço na base e sub-base do solo das ruas seguintes a serem pavimentadas.
Seguindo para o Jordão, o trabalho de pavimentação continua, e algumas ruas já estão em caminho de conclusão, como o acesso ao Bairro Novo.
A rampa de transbordo já teve sua execução iniciada, e quando finalizada, será a vez de o terminal de transbordo ser erguido.
A meta agora é avançar com as obras enquanto o período de chuvas não chega com força na região. Quando os rios começarem a subir e as precipitações aumentarem, algumas obras precisam ser desaceleradas e as equipes passam a focar na logística de transporte dos insumos por via fluvial.