“Além dos filmes, oficinas e palestras, o Pachamama oferece também um espaço para reflexão e debate sobre as fronteiras que nos limitam”, diz o realizador do festival, Sérgio de Carvalho. Com o tema “Cinema de Fronteiras para um Mundo sem Nenhuma”, o evento será promovido em diversos pontos de Rio Branco, entre os dias 19 e 26 deste mês.
A programação oficial foi divulgada pela organização nesta quinta-feira, 17, em coletiva de imprensa no Cine Teatro Recreio.
O momento contou com a presença das secretárias de Estado de Comunicação, Andréa Zílio, e de Turismo e Lazer, Rachel Moreira, e do chefe do Departamento de Articulação das Artes da Fundação Elias Mansour (FEM), Romualdo Freitas.
Neste ano, a realização do festival foi possível graças à liberação da emenda parlamentar, feita há cerca de quatro anos, da até então deputada federal Perpétua Almeida.
Por se tratar de recurso, o valor precisa tramitar por meio de uma entidade oficial pública, no caso do Acre, a FEM, que representa o setor da cultura na esfera estadual.
“Todo o gerenciamento do projeto é feito por nós, mas destacamos que a produção é total de iniciativa vinda da sociedade civil, que vem realizando esse belo trabalho há sete anos e difundindo, cada vez mais, a valorização no audiovisual na Amazônia”, explica Freitas.
Programação
A sétima edição do Festival Pachamama conta com mostras de filmes, oficinas, palestras, debates, lançamentos de livros, premiação, homenagens, espetáculo cênico, sessões ao ar livre nos bairros e a tradicional festa de encerramento, a Pachafesta, no dia 26 de novembro.
Nesta edição, o evento homenageia o chileno Ignácio Agüero e os brasileiros Luiz Carlos Vasconcelos e Domingos de Oliveira. Além disso, as mostras Trifronteira e Mirada Latina, já consagrada desde a primeira edição, exibirão obras importantes da recente produção latinoamericana. Haverá, ainda, oficinas de Fotografia para Cinema e Montagem, com os cineastas Pedro Krüger e Renato Vallone.
O cinema itinerante também será uma das atrações do festival. Os bairros Aeroporto Velho, Cidade do Povo, Montanhês, Ramal Bom Jesus e Transacreana serão um dos locais a receber o grande telão.
A sessão de abertura será no sábado, 19, a partir das 19 horas, no Cine Teatro Recreio. Na ocasião, serão exibidos dois filmes – o acreano “Monteirinho: O Sanfoneiro da Floresta” e “Antes o Tempo Não Acabava”, que foi gravado na Amazônia.
“Fizemos questão de abrir o festival com um filme da Região Norte, que vem rodando diversos lugares do mundo e, por onde passa, tem levantado muitas polêmicas e elogios. Também queríamos trazer uma produção acreana e homenagear essa figura que é o Monteirinho, um homem que lutou ao lado de Chico Mendes, era sanfoneiro e virou um personagem histórico aqui do estado”, diz Sérgio.
Fomento ao turismo
Durante o Festival Pachamama, pessoas de todo o Brasil e da América Latina vêm ao Acre para prestigiar o momento. Considerado como turismo cultural, de eventos e de fronteira, pretende-se alcançar os mais variados públicos, tais como artistas, cineastas, fazedores de cultura e curiosos em geral.
Por isso, é normal que ao longo dos oito dias os ramos ligados diretamente ao turismo sejam aquecidos, tais como hotéis, restaurantes, casas de festas e transportes. De acordo com a secretária de Turismo e Lazer, Rachel Moreira, em 2014, 94% dos hotéis de Rio Branco foram impactados pelo festival.
“Isso significa que pessoas da economia do turismo ganharam dinheiro de um evento que eles não realizam, mas que, por existir, fortalece o setor. E é por isso que o governo do Estado valoriza e aposta no Pachamama, pois reconhece que é um evento que alavanca a economia acreana e fortalece a cultura local”, diz.
Apoio e realização
A sétima edição do Festival Pachamama é uma realização do governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM) Saci Filmes, Yaneramai Films e Ministério da Cultura, com patrocínio do Banco da Amazônia e apoio da Mistika, Cineclube Opiniões, Cinema das Ideias, Canal Brasil, Jornal Opinião, Best Western Plus e Prefeitura de Rio Branco.