Os misteriosos geoglifos são tema de um minicurso de três dias promovido pela arqueóloga Ivandra Rampanelli, na Biblioteca da Floresta, na capital acreana. As aulas são voltadas para guias de turismo que atuam em espaços de memória de Rio Branco. A ministrante explica que o objetivo principal do curso é divulgar informações recolhidas durante suas pesquisas de mestrado e doutorado.
“Sempre participei de trabalhos que envolviam os geoglifos, até mesmo por ser membro do grupo ‘Geoglifos do Acre’, do qual pessoas de vários locais do mundo participam. Depois, surgiu a oportunidade de estudar arqueologia na Espanha, e com isso pude aprofundar meus estudos”, diz Ivandra.
Para o minicurso, foram dois dias apresentando todas as hipóteses do surgimento dos registros no solo: “Como não sabemos realmente de onde se originam, trouxe o que cada pesquisador já publicou sobre o assunto e abri o debate para que falassem sobre o que eles acreditam ser a verdadeira função dos geoglifos”, ressalta.
Segundo Ivandra, atualmente são conhecidos 523 geoglifos no Acre e 818 entre as fronteiras da Bolívia, Amazonas e Rondônia. Para finalizar o curso, os participantes conhecerão um sítio arqueológico na manhã de sexta-feira, 27.
Para a guia de turismo do Palácio Rio Branco, Thaís Cavalcante, a oportunidade de ter informações atualizadas sobre os geoglifos possibilitará melhor atendimento aos visitantes dos espaços de memória.
“Lá no Palácio há uma exposição de geoglifos, e todo dia recebemos turistas curiosos sobre o assunto. Este curso possibilita uma capacitação com dados atualizados, que serão repassados às pessoas que visitam os prédios aqui em Rio Branco”, relata.
Sobre os geoglifos
Os geoglifos são figuras variadas, de origem desconhecida, formadas no chão. No Acre, há mais de 300 deles catalogados, distribuídos em 150 sítios arqueológicos. Para avistar, é preciso estar a mais de 80 metros de altura, num voo de balão ou avião.