No Brasil, por dia, 13 mulheres são assassinadas em razão de sua condição feminina. Os dados são do Mapa da Violência. Quando se trata de equidade trabalhista, a realidade também não favorece a classe – segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres ganham, em média, quase 30% menos que os homens pelas mesmas tarefas.
Por essas e várias outras razões, o 8 de março de 2017, Dia Internacional da Mulher, foi histórico no Brasil e em mais 40 países. As mulheres aderiram ao movimento “Dia sem Mulher” com o tema “Se nosso trabalho não vale, produzam sem nós”.
A classe feminina deixou seus postos de trabalho voluntariamente para protestar contra o machismo, o feminicídio, a violência doméstica, a desigualdade salarial e todo e qualquer tipo de desumanidade contra a mulher.
“Esta ação é mais um basta, mais um grito das mulheres, que não vão parar de lutar enquanto perdurar a estupidez e persistir a cultura do machismo”, disse a secretária de Estado de Política para as Mulheres, Concita Maia.
No Acre, o ato organizado pela Rede Acreana de Mulheres e Homens, em parceria com as secretarias da Mulher do estado e município, reuniu mais de duas mil pessoas, segundo o Corpo de Bombeiros, na Praça da Revolução em Rio Branco, na manhã desta quarta-feira, 8.
Dança, poesia, música, performances culturais e cartazes que ressaltavam as leis que garantem os direitos das mulheres ocuparam o espaço junto com centenas de pessoas que apoiaram o movimento.
A professora aposentada e ativista feminista Guajarina Lima participou da paralisação e falou da importância do evento. “Movimentos como esses são necessários e têm que acontecer sempre. As mulheres precisam se encontrar mais, se unir mais, para que se fortaleçam uma nas outras. Leis há muitas, mas parece que os homens não sabem ler, porque eles não cumprem. Nós precisamos despertar na sociedade a sensibilidade de respeitar os direitos das mulheres”, comentou.
Para a governadora em exercício Nazareth Araújo, as mulheres têm construído sua história com lutas, buscando uma sociedade mais justa e humana.
“Hoje é um dia de reflexão com certeza, pois marca um evento que ocorreu no passado e demonstrou a capacidade de luta das mulheres pelos seus direitos, por direitos de igualdade. Quando temos as questões de gêneros consideradas numa sociedade é sinal de desenvolvimento. É um dos marcadores de desenvolvimento dos direitos humanos, da sociedade, de uma nação. As mulheres não querem ser mais nem menos, elas querem ter direito a fala, elas querem a não violência, elas querem uma sociedade de paz para a sua família. Nós lutamos porque imaginamos um futuro cada vez melhor”, disse a vice-governadora.
Carlos Santiago, presidente da Companhia de Habitação do Acre (Cohab), aderiu à campanha e montou um grupo para participar do ato do dia 8.
Para ele, a diferença nos postos de trabalho e o desrespeito às mulheres existem e precisam ser combatidos. “Nós homens temos que apoiar causas como esta que buscam justiça. O quadro da Cohab é composto por mais de 65% de mulheres e nós estamos aqui com todas elas participando deste evento, que é importante e precisa ser fortalecido, mostrando que elas são importantes para o desenvolvimento da sociedade”, disse Santiago.
A primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida, esteve na manifestação e ressaltou as políticas públicas voltadas para a garantia dos direitos das mulheres.
“Nós temos feito muito para que as mulheres se sintam valorizadas, cuidadas. As políticas públicas começam com uma Secretaria de Política para as Mulheres, com a inserção da mulher nos cargos mais altos do Estado, com a valorização da mulher no trabalho social, na maternidade, na saúde pública, enfim, o respeito, o amor, o carinho, tudo que o governador Tião Viana tem feito no governo para que as mulheres se sintam abraçadas e motivadas a continuar com sua autoestima e com a certeza do carinho que o Estado tem por elas”, comentou.
Ao final das apresentações no evento, os participantes fizeram uma grande corrente em volta da praça demonstrando a união da sociedade na luta pelos direitos humanos das mulheres.