Oportunidade. Essa foi a palavra-chave da audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira, 26, no auditório do Ministério Público Federal do Acre (MPF/AC), em alusão à 2ª Semana Nacional da Aprendizagem.
O evento reuniu autoridades da Justiça federal e estadual, empresários, assistentes sociais, dirigentes de órgãos e entidades ligados à ressocialização e profissionalização de jovens aprendizes.
A ideia principal do encontro foi estabelecer o diálogo entre os setores públicos e privados, tendo como objetivo chegar a um termo de cooperação técnica para oferecer oportunidade de trabalho aos jovens que se encontram em estado de vulnerabilidade social.
O mediador da audiência pública foi o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT/AC), Marcos Gomes. De acordo com o procurador, esse projeto vem dando certo em Rondônia, mudando a vida de muitas famílias, e espera-se que o mesmo possa acontecer aqui no Acre.
A seleção de cerca de 50 adolescentes será feita por órgãos ligados à justiça e pelo Instituto Socioeducativo do Acre (ISE). Os jovens com o perfil desejado farão parte de um banco de dados que ficará à disposição das empresas e de entidades públicas para possíveis contratações.
O diretor-presidente do ISE, Rafael Almeida, enfatizou que muitos jovens que cumprem medidas socioeducativas só querem uma oportunidade para mudar de vida.
“Enquanto as empresas e a sociedade fecham as portas para os jovens, o narcotráfico os alicia e os inserem no mundo do crime, trazendo prejuízos desastrosos para todos. A responsabilidade com o futuro dos jovens não é só do Estado e da Justiça, e sim, de toda a coletividade”, pontuou Rafael.
Almeida citou como exemplo o Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/ac), que acolhe 50 adolescentes do ISE, e que estes jovens atualmente estão espalhados pela cidade de Rio Branco trabalhando como orientadores de trânsito, recebendo uma remuneração de pouco mais de R$ 400,00.
Outros jovens que tiveram passagem pelo ISE, atualmente são servidores públicos, empreendedores, estudantes de curso superior e pais de família. “Essas 50 vagas que serão abertas pelo Ministério Público do Trabalho, certamente, trarão a oportunidade de mudar a vida de mais 50 adolescentes, com reflexo positivo na família deles e de toda a sociedade”, concluiu Rafael.