No intuito de garantir o abastecimento para os quase 10 mil habitantes de Bujari, distante 20 quilômetros da capital, pela BR-364, o governo do Acre, por meio do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), enviou o auxílio de caminhões-pipa para reforçar o sistema de distribuição de água.
O motivo dessa ação emergencial foi a constatação de que o reservatório que abastece o município vem registrando níveis quase inviáveis para o processo de captação de água, onde na superfície mais profunda o açude possui a média de 30 centímetros, enquanto a normalidade de seu volume é de cinco metros.
Há cinco dias, a autarquia envia oito carros-pipa com capacidade de transportar 640 mil litros de água para a unidade da instituição no Bujari, onde o recurso natural é distribuído para as mais de 1.500 ligações domiciliares da aérea urbana.
“O período de estiagem ainda está se intensificando, mesmo nos meses de setembro e outubro, quando se começa a receber um volume maior de chuvas, porém, esses índices ainda não surtiram efeito na recuperação do açude. Com esse cenário, e antes que o volume do açude zerasse, adotamos esta medida emergencial para os próximos quinze dias”, destaca o diretor de operações do Depasa nas cidades do interior, David Bussons.
Os veículos captam água potável da Estação de Tratamento (ETA 2) em Rio Branco e executam 32 viagens em conjunto. Caso necessário, esse reforço pode se estender até o fm do mês.
“No último fim de semana, uma pequena chuva caiu nas proximidades da região do Igarapé Redenção, o que gerou um aumento de 20 centímetros na lamina d’água do açude. Retomamos o trabalho da bomba flutuante, o que deu um pequeno reforço à nossa capacidade de distribuição de água para os moradores, que serão abastecidos nos próximos três dias”, disse Bussons.
O gestor informa que, assim que o reservatório recupere o seu volume, o sistema de captação do Bujari voltará a atuar de forma plena.
“Com o retorno do ciclo de chuvas na região, retornaremos gradativamente as condições necessárias para a autonomia de captação. Nesse sentido, continuaremos com o intenso monitoramento de toda a rede, efetuando os corretivos necessários, dialogando e orientando a população sobre o uso racional da água e demais ações descritas no nosso plano de contingência apresentado no início de agosto deste ano”, relata o diretor.
Cleiton Teixeira, gerente do Depasa no Bujari, ressalva que o apoio dos caminhões-pipa conseguiu manter a intermitência de três dias no fluxo de abastecimento da cidade.
“Neste cronograma, que adotamos nas últimas semanas, garantimos a distribuição de água para os moradores da baixada e da via que passa atrás da nossa sede. No dia seguinte, para as ruas João Borges, Pró-Peixes e, subsequentemente, as demais regiões da cidade”, informa Teixeira.
Moradora do Ramal dos Lagos, a dona de casa Raimunda Silva comenta que a seca deste ano está severa e que todos os cuidados devem feitos para evitar qualquer desperdício.
“Estamos racionando tudo ao máximo, pois estamos enfrentando muitas dificuldades. Não quero mais gastar dinheiro comprando água, por isso cuido desta água que estamos recebendo”, enfatiza.
Compartilhando a mesma realidade e também o mesmo nome, a Raimunda Teixeira, conhecida popularmente como “Mãe Raimundinha”, critica algumas condutas referentes ao uso inadequado da água.
“É inadmissível, neste tempo de seca, a gente passar pela rua e ver pessoas molhando calçadas e deixando as caixas d’águas derramarem. Estamos reconhecendo o esforço do Depasa. Vamos valorizar e cuidar da nossa água ”, conclama a dona de casa.