Criado em abril de 2001 com o intuito de atender pacientes portadores de diabetes mellitus, que ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma ferida, o ambulatório de Pé Diabético do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco é referência no tratamento da doença no Acre e entre os estados e países fronteiriços como Rondônia, Amazonas, Peru e Bolívia.
Em seu primeiro ano, o setor realizou 732 atendimentos. Atualmente, esse número ultrapassa mil atendimentos por mês. Somente em 2016, foram feitos 16.226 no ambulatório.
Segundo a coordenadora do Pé Diabético, a enfermeira Ana Cláudia França, o ambulatório não atende apenas portadores da diabete mellitus, mas também pacientes com úlceras motivadas por outras doenças.
“Tratamos doenças que não são curadas em outros lugares. Aqui chegam casos graves, como uma paciente que tinha feridas no rosto devido a uma doença autoimune raríssima. Foram três anos de tratamento até que conseguimos fechar as feridas. Tem pessoas que chegam aqui com ulcerações abertas há vários anos, que não fecham com nenhum tratamento e nós conseguimos”, comemora.
O serviço tem cerca de 800 pacientes cadastrados e recebe de 5 a 10 novos pacientes por mês. O melhor de tudo é que não é necessário agendamento para o primeiro atendimento. “Só são feitos agendamentos para os pacientes já em tratamento, mas a primeira vez é livre demanda. Há dias em que registramos 25 pacientes atendidos aqui”, diz Ana Cláudia.
Curativos, tratamentos com medicamentos, teste de glicemia e teste de sensibilidade são alguns dos atendimentos que o setor oferece.
Delcimar Gama, 33 anos, iniciou o tratamento no setor há cerca de 90 dias. Acometido de erisipela, infecção na pele causada por bactéria, ele viu a ferida se agravar e não responder ao tratamento devido ao princípio de diabetes. Gama vai semanalmente ao Pé Diabético para trocar os curativos.
“A ferida foi ficando muito grande, dolorida demais, então me encaminharam para cá. Desde então, vi uma melhora significativa com o tratamento que fazem aqui”, declara.
O sucesso nos tratamentos a coordenadora atribui à experiência e à sensibilidade da equipe. “Estou aqui no setor desde 2007 e cheguei apenas com os conhecimentos básicos que todo enfermeiro tem na sua formação, mas aprendi a observar bem a reação do organismo de cada paciente ao tratamento e verificar o que funciona ou não para cada caso”, explica.