Com 115 expositores, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), em parceria da prefeitura de Rio Branco e o Fórum de Economia Solidária, realiza desde o dia 20 de outubro a Feira da Economia Solidária no Novo Mercado Velho. A iniciativa se encerra neste domingo, 5.
Entre as barracas, é possível encontrar os mais variados tipos de artesanato, plantas, brinquedos infantis e muita comida típica. “É um investimento que supera os R$ 80 mil, e a estimativa de movimentação financeira só nessa feira é de superar os R$ 150 mil. O governador Tião Viana e os empreendimentos acreditam nesse projeto, tanto que já é um sucesso e virou até referência no Brasil”, afirma o gestor da SEPN, Henry Nogueira.
Uma das participantes é Ivânia Silva, que trabalha há cinco anos fazendo artesanato de tecido. Os itens vendidos são os mais variados possíveis: jogo de cozinha, peso de porta, toalha bordada, porta-bijú, porta-papel higiênico, almofadas infantis e adulto, aventais e pegador de geladeira, entre muitos outros.
“Eu me considero o diferencial. Essas coisas você não encontra na internet, eu que criei. E é nisso aqui me realizo e faço minha renda. Comecei quando engravidei e tive que sair do trabalho e estou até hoje. Amo o que faço, e acredito que quando é feito com amor, tudo se conquista”, diz Ivânia.
Também na parte de artesanato, está Eliete da Silva Cunha, que trabalha há 12 anos com objetos feitos a partir de sementes da Amazônia. Orgulhosa, conta que com o que tira de renda do seu trabalho feito pelas suas próprias mãos consegue pagar os estudos da filha.
“Eu não tive a chance de estudar, mas poder dar essa oportunidade para minha filha a partir do meu trabalho é gratificante. Isso aqui é minha principal renda, tanto que conto com ajuda da minha família para fazer todo esse trabalho que tem como base coisas que temos aqui na nossa terra”, conta.
E para quem gosta de plantas, o espaço conta com tipos para todos os gostos. Gisvânia Araújo é uma das expositoras da área e salienta como é o trabalho: “Temos um grupo de trabalho em que todos contam com seu próprio viveiro. Trabalhos com plantas regionais e outras que precisamos adaptar ao nosso clima. Não é algo fácil, mas fazemos com muito amor”.
Delícias regionais
Já na sessão de alimentos, é possível encontrar itens para todos os gostos. Salgados, como quibe de arroz, enroladinho, pastéis e até mesmo saltenha de jambu estão por lá. Também há charuto, empada e tacacá bem ao estilo acreano. Esses últimos, estão disponíveis na barraca de Núbia Sobral de Oliveira, que trabalha já 20 anos no setor.
Ela conta que o trabalho vem de família, desde sua avó, que ensinou para sua mãe e depois para ela. A barraca é a única renda dela e dos dois filhos. “É daqui que tiro meu sustento, e sou muito feliz com isso. Gosto do que faço e é ainda mais gratificante quando vemos que as pessoas gostam do que oferecemos, principalmente os turistas curiosos para conhecerem nossos temperos”, diz Núbia.
Sobre a Economia Solidária
O projeto da Feira de Economia Solidária é desenvolvido nos 22 municípios do Acre e já beneficiou mais de cinco mil famílias, em um investimento de mais de R$ 1 milhão desde o início de 2011. Só nos últimos dois anos, o governo entregou mais de 1.000 barracas, que contribuem para o fortalecimento dessas feiras.
“Os bons resultados só apontam a grandiosidade desse programa de governo, principalmente nessa época em que o Brasil apresenta um número superior a 12 milhões de trabalhadores que não conseguem trabalho no mercado formal, mas que aqui no Acre temos suprido essa lacuna com essas oportunidades”, enfatiza o secretário Henry.