Com uma área de 192 metros quadrados e capacidade para instalação de 7.500 mudas, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect), da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) e da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapac), em convênio com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), inaugurou nesta quarta-feira, 20, o Viveiro de Mudas Nativas de Bambu.
O novo espaço buscará identificar qual o método de programação mais indicado para as espécies nativas, possibilitando maior rendimento no adensamento populacional de bambuais nativos na recuperação de áreas degradadas e no florestamento ou plantio de áreas de produção.
“Este é um trabalho que já vem sendo pensado, pesquisado, investido e sonhado há anos, e agora damos esse passo importante. Sem essas mudas, talvez a gente não pudesse imaginar que a cadeia produtiva do bambu pudesse avançar, e queremos, a partir disso, incentivar o homem que vive dentro da floresta a ter esse ponto de renda, de trabalho e de produção”, destacou a primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida.
De acordo com a gestora da Sect, Renata Souza, esse é apenas o primeiro viveiro que é implantado dentro do projeto. “Teremos futuramente outros oito espaços como esse em diversas cidades. A ideia também é que isso possa facilitar a logística dos empresários que queiram investir e trabalhar com o bambu aqui no estado”, conta.
Atualmente, o Acre possui a maior reserva de bambus nativos do mundo, com mais de 4,5 milhões de hectares, espalhados por mais de 10 milhões de hectares, com cerca de 10 espécies lenhosas e mais de 15 herbáceas.
O projeto faz parte do Centro Vocacional Tecnológico Bambu (CVT Bambu), que terá sua sede entregue em Rio Branco na primeira semana de fevereiro. O diretor-presidente da Funtac, José Luiz Gondim, explica que o novo laboratório fará identificação de espécies, além de descrição das suas características e alocação de acordo em como ele pode ser utilizado no mercado, seja na construção civil, em indústria de alimentos ou em artesanatos, entre outros.
“O bambu é bem volátil, de multiuso dentro das necessidades de uma sociedade, e o laboratório vai melhorar o desenvolvimento dessa cadeia, sempre com o fim de criar produtos e serviços sustentáveis, e de melhorar a vida das pessoas criando renda”, ressalta Gondim.
Segundo o coordenador do CVT Bambu, Dixon Gomes, a ideia é desenvolver estudos de melhor propagação das espécies, tanto vegetativa, como de micro-propagação: “A partir daqui é que poderemos indicar melhores métodos de aproveitamento dessa matéria-prima e de melhores rendimentos a partir do plantio das comunidades rurais”.