No último domingo, 28, foi celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A data foi criada com o objetivo de chamar atenção da sociedade e das autoridades de saúde sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença.
Hoje, distante da política do isolamento, com internações compulsórias em hospitais-colônias que geraram marcas profundas em milhares de famílias, a doença tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Já nas primeiras doses do medicamento, a hanseníase deixa de ser transmissível.
Instalado no Hospital das Clínicas (HC), o Serviço de Dermatologia de Rio Branco é referência para o diagnóstico e tratamento da hanseníase no estado, que vem mantendo anualmente a média de 94% de cura nos casos da doença. Em todo o Brasil, apenas Acre, São Paulo e Espírito Santo têm percentual de cura acima da média nacional, que é de 83%.
Entretanto, o diagnóstico precoce e seguir o tratamento à risca são fundamentais para a eliminação da doença sem deixar sequelas. De acordo com dados do Serviço Especializado em Dermatologia da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), em 2017 foram registrados 124 novos casos de hanseníases no estado.
“Todos devem saber da importância do diagnóstico precoce e de seguir o tratamento à risca. A hanseníase tem cura, e o tratamento é no domicílio. Estamos trabalhando ativamente com a prevenção, por meio de campanhas educativas e com o combate à hanseníase”, destaca a coordenadora do Serviço Especializado em Dermatologia, Franciely Gomes, informando ainda que, atualmente, 185 pessoas estão em tratamento contra a doença, entre casos novos e antigos.
Desde 2007, os portadores de hanseníase submetidos a isolamento e internações compulsórias em hospitais-colônia, recebem pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível.
A lei, idealizada pelo, à época, senador Tião Viana, sancionada em 18 de setembro de 2007, resgatou a dignidade daqueles que foram isolados compulsoriamente em todo o país entre 1923 e 1986.
Como médico infectologista, Tião Viana dedicou grande parte de seu trabalho na luta por dignidade e tratamento humanitário aos pacientes portadores de hanseníase, doença que gerou muito preconceito e levou à criação de colônias de isolamento espalhadas por todo o país nos anos 70.
Importante saber
Os pacientes com manchas suspeitas (manchas que não doem, não coçam e manchas dormentes) devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa ou o Serviço Estadual de Dermatologia no Hospital das Clínicas, em Rio Branco.
Todas as pessoas que moram na casa de quem faz ou já fez tratamento devem tomar a segunda dose da vacina BCG. O Serviço de Dermatologia oferece a vacina na última sexta-feira de cada mês.
Também conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele
O primeiro mês do ano é chamado de “janeiro roxo” e teve ações de esclarecimento sobre a doença intensificadas.