Suinocultores da região de Epitaciolândia e Brasileia participaram na sexta-feira, 23, de palestra sobre a importância da biossegurança na criação de animais e das granjas e, ainda, foram orientados sobre como identificar algumas doenças comuns em suínos e aves. A atividade, promovida pelo governo do Estado, visa fortalecer a cadeia produtiva da suinocultura.
Ronaldo Queiróz, diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF/AC), ressalta que a atividade faz parte de um acordo firmado entre o governo do Estado e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), após visita técnica do diretor do Departamento de Saúde Animal do órgão, Guilherme Marques, que esteve no Acre no início deste mês.
“Essa é a região que mais concentra criadores de suínos. Eles que abastecem a indústria Dom Porquito, que está em negociação com mercados de outros países para exportar nossa carne suína. Portanto, para garantir a sanidade e qualidade desse produto é fundamental que os suinocultores orientação sobre a forma correta de criar os animais e evitar doenças”, pontuou o presidente.
A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) atua em parceria com o IDAF/AC na ação. Os servidores da Produção Familiar também participam das rodadas de orientação esclarecendo dúvidas dos produtores rurais e, prestando suporte técnico.
Kennedy Lins, coordenador de Educação em Saúde e Comunicação Social do IDAF/AC, frisou que as orientações prestadas aos suinocultores visam evitar que qualquer doença, se identificada, possa comprometer a produção da região. “As demonstrações que fizemos aqui facilitam para que eles possam identificar sintomas e informem sempre ao IDAF para que providências corretas sejam tomadas e não haja riscos para a cadeia produtiva”, disse Lins.
A suinocultora Luceni Lins participou da atividade e agradeceu o apoio que o IDAF e demais instituições de governo têm prestado aos produtores rurais da região do Alto Acre. “Essa palestra foi boa porque tem muitas doenças que não temos conhecimento e não sabemos o tamanho do risco delas para a cadeia produtiva não apenas do Estado, mas do país, por serem doenças que se espalham rápido e com consequências devastadoras para nossa produção. Se queremos evoluir, temos que buscar conhecimento”, comentou Luceni Rufino.
Primeira granja licenciada
Durante a palestra de orientação, foi entregue à produtora rural, Luceni Rufino, a primeira licença ambiental de granjas da região, concedida pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC).
A produtora rural conta que há apenas um ano decidiu enveredar pela criação de suínos e, desde então, batalhava para regularizar sua situação junto aos órgãos ambientais.
“A parte mais interessante desse licenciamento é que a gente pode trabalhar sossegado, sabendo que a gente não está prejudicando o meio ambiente, está conseguindo uma sobrevivência de maneira adequada, legal”, observou Luceni Rufino.
A suinocultora destacou ainda que a documentação também beneficia a indústria Dom Porquito, compradora dos suínos criados na granja dela. “Abre portas para a empresa exportar porque os países que compram não querem um produto que degrade o meio ambiente e, quando temos a licença dos órgãos competentes, fica registrado que nosso trabalho não está sendo em vão”, afirma Luceni Rufino.
Visitas às propriedades
Nos próximos dias, as equipes do IDAF/AC que atuam na região do Alto Acre farão visitas a cada uma das propriedades rurais que têm granjas de criação de suínos para orientar acerca dos cuidados sobre biossegurança e normas que devem ser seguidas nos locais, de acordo com o que preconiza o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
As equipes serão coordenadas pelo gerente do programa de sanidade suína do IDAF, Danilo Mazzo. “Estamos aqui para sermos parceiros dos produtores. Nossa proposta é levar orientação e assim, garantir a sanidade dos animais e um produto seguro para os consumidores. Vamos a cada um das propriedades para esclarecer e auxiliar os criadores”, adiantou o gerente.
Zona livre de peste suína
Ronaldo Queiróz lembra que desde 2016, o Acre é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de peste suína clássica. “O que torna ainda mais importante o trabalho das equipes do IDAF para manter o Estado livre da doença. O reconhecimento internacional, dado ao Acre, demonstra o compromisso que o governo tem com as políticas de defesa animal, prevenindo e controlando as doenças que podem atingir o rebanho suíno”, finalizou.